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Crise bancária cipriota não representa "risco sistémico" para a Zona Euro

Segundo a OCDE, "a consolidação orçamental deve continuar" nos países periféricos, onde se integra Portugal. O objectivo tem de ser o de reduzir "o défice estrutural", o que não impede que possa haver incumprimentos nas metas do défice nominal enquanto perdurar a recessão.

Negócios 28 de Março de 2013 às 13:54
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O economista chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan, considerou hoje que a crise bancária no Chipre não representa um "risco sistémico" para a zona euro.

 

Numa entrevista telefónica à agência EFE no âmbito da apresentação da Avaliação Económica Intercalar da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Padoan sustentou que, em termos gerais, "as crises extremas estão em redução significativa" na zona euro face ao que acontecia há seis meses atrás.

 

Algo que atribuiu, sobretudo, à acção do Banco Central Europeu (BCE), que diz ter atenuado a tensão sobre as dívidas soberanas.

 

Questionado sobre as eventuais ameaças que a situação do Chipre poderá representar para o conjunto dos países da moeda única, Pier Carlo Padoan afirmou que já há uma solução para o sistema bancário daquele país mediterrânico, mas que "talvez não tenha sido muito bem gerida em termos de comunicação".

 

Embora admitindo que houve "confusão" em torno do processo de resolução dos problemas do Chipre, o economista chefe da OCDE (liderada por Angél Gurría, na foto) insistiu não ver "riscos sistémicos".

 

No seu relatório com as perspectivas a curto-prazo para as economias do G7, a OCDE explicou que "a recente crise cipriota, embora seja um caso excepcional, mostra como é importante abordar as crises bancárias de maneira discreta e decidida, mas também por em acção as instituições adequadas na zona euro para manter a estabilidade do sistema bancário".

 

Pier Carlo Padoan considerou haver "elementos positivos" na evolução dos países periféricos da zona euro, nomeadamente o "ajustamento da balança de transacções correntes", em parte devido à quebra do consumo, mas também por via de uma "melhoria da competitividade".

 

Outros aspectos positivos apontados foram o facto de a dívida da zona euro não ser, em termos relativos, superior à dos EUA, assim como a sua expectativa de que "vai estabilizar-se num futuro próximo".

 

Para Padoan, os países excedentários, "e em particular a Alemanha, podem fazer mais" para animar a economia da zona euro, em particular por via de subidas salariais e de uma liberalização do sector dos serviços.

 

Segundo a OCDE, "a consolidação orçamental deve continuar" nos países periféricos (os países do Sul e a Irlanda), com o objectivo de reduzir "o défice estrutural", mas tal não impede que possa haver incumprimentos nas metas do défice nominal enquanto perdurar a recessão.

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