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Costa e Silva diz que a economia portuguesa deverá crescer 2,2% em 2023
António Costa Silva admite que ainda “há muitas coisas mal no nosso país e temos de lutar para as ultrapassar”, apesar do crescimento em relação ao ano passado.
A economia portuguesa deverá crescer 2,2% em 2023, ou seja, três vezes mais quando comparado com a média europeia, que este ano deverá ficar-se pelos 0,7%, revelou o ministro da Economia.
"Continuamos com alguma convergência e temos de fazer muito mais", afirmou António Costa Silva na conferência "Portugal: um país condenado à pobreza?", que se realizou esta quarta-feira, 13 de dezembro, em Vila Nova de Gaia.
Para transformar a economia portuguesa, há problemas a confrontar, sinalizou. Costa Silva disse que em 2022 o PIB per capita de Portugal "representava 77% da média europeia".
"Precisamos de fazer muito mais. Quando analisamos a produtividade laboral é 60% da média europeia", calculou, acrescentado que ainda há percurso a fazer.
Numa referência aos "três D" estabelecidos depois do 25 de abril (Descolonizar, Desenvolver e Democratizar), reconheceu que "o Desenvolver foi o que menos atingimos" em 50 anos de democracia.
O ministro rejeitou a tese de Portugal ser um país sem capacidade nem futuro, considerando que há por onde melhorar o crescimento do PIB, de produtividade laboral, de atração de investimento estrangeiro.
Costa Silva reiterou a importância de abrir o capital ao exterior: "Em 2022, Portugal passou de oitavo para o sexto país dentro da União Europeia (UE) capaz de atrair maior investimento direto estrangeiro, e isso é significativo", defendendo que é um processo que deve continuar.
"Quando analiso a relação entre a formação bruta de capital fixo e o PIB, temos cerca de 20,2% em 2022 e a média europeia é de 23%. É preciso redobrar esforços" para atrair o capital, rematou.
O ministro da economia disse acreditar que os países vizinhos já veem Portugal como um país competente e de competição. "Há uma mudança de paradigma com empresas internacionais. Antes procuravam-nos como um país de ‘call centers’ e atividades de baixa criação de valor. Hoje procuram para criar parcerias tecnológicas, para desenvolver software e para instalar unidades industriais", destacou.
O economista detalhou que dos 2,6 mil milhões de euros de investimento direto estrangeiro, 66% foram para desenvolver estas parcerias tecnológicas com Portugal.
Além de mais investidores, referiu que 2022 foi o "ano chave" para o país mostrar o potencial da economia portuguesa com as exportações. "O setor mais exportador de 2022 foi o da metalomecânica", que gerou 23 mil milhões de euros em exportações.
A par deste setor está o turismo. António Costa Silva revela que até outubro deste ano "já atingimos os 22,2 mil milhões de euros de receitas" nesta área e, por isso, há um crescimento de mil milhões de euros face ao valor recorde atingido no ano passado.
* Texto editado por Rui Neves