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Connie Hedegaard: O processo multilateral está vivo e de boa saúde

A Comissária Europeia para as Alterações Climáticas acredita que um dos principais objectivos de Cancún foi alcançado: manter vivo o processo de negociações. Mas esta cimeira foi mais longe, afirma Connie Hedegaard, ao alcançar um acordo equilibrado e substancial.

15 de Dezembro de 2010 às 16:24
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Connie Hedegaard admite que a delegação da União Europeia "teve medo" de voltar de Cancún "sem nada". "Claro que partimos para a Cimeira com o forte desejo de que isso não acontecesse e que fosse possível alcançar um acordo equilibrado e substancial. E foi isso que conseguimos", congratula-se a Comissária Europeia para as Alterações Climáticas num comunicado emitido hoje, precisamente, quatro dias após o fim da Cimeira de Cancún.

"Isto significa que o processo multilateral está vivo. Mais do que isso, está relativamente bem. Penso que todos os que estiveram lá [em Cancún] se sentiram aliviados com foi alcançado o acordo final", sublinha Connie Hedegaard.

A comissária europeia refere que em Cancún não teve apenas a ver com o salvamento do processo negocial. "Foi mais do que isso. Queríamos salvar o processo. Queríamos salvar a possibilidade de ter um acordo global e queríamos garantir que de Cancún saia algum substancial", destaca a responsável.

"Em Cancún demos novos passos, reforçamos o regime climático internacional com novas instituições e novos fundos", afirma Hedegaard.

Quanto ao texto do Acordo de Cancún, Connie Hedegaard destaca três pontos. "Pela primeira vez, o objectivo de evitar que a temperatura global suba mais do que 2ºC é reconhecido por um documento das Nações Unidas. O óbvio foi definido, ou seja, que os países precisam de fazer mais alcançar este objectivo", sublinhou.

Em Cancún, "começamos um processo para reforçar a transparência", através de um mecanismo de medição, informação e verificação e de um sistema internacional de consulta e análise.

Neste ponto, Connie Hedegaard destacou o facto da China aceite este sistema internacional de consulta e análise: "Penso que é um sinal muito importante que vai muito além das negociações climáticas. Foi, na verdade, um passo importante e muito significativo."

Por último, a comissária europeia sublinhou a importância da Cimeira de Cancún ter conseguido manter em aberto a discussão sobre o Protocolo de Quioto e a possibilidade de um segundo período de Quioto após 2012.

Connie Hedegaard destaca, no entanto, que apesar destes passos positivo, as negociações sobre as alterações climáticas "têm um ano muito difícil pela frente". "Vimos em Cancún quão lento é o processo. A única coisa que posso dizer nesta altura é que a Europa vai continuar a fazer o que for preciso para manter um papel construtivo" nestas negociações.

"Penso que é muito importante que todos regressem a casa e comecem a fazer coisas nos seus países, nas suas regiões e nos seus municípios. Todos temos que agir, tal como estamos a fazer na Europa", defendeu.

A União Europeia já definiu uma meta de redução de emissões até 2020 (reduzir as emissões em 20% até 2020 face aos níveis de 1990) e na próxima Primavera, a Comissão Europeia vai apresentar uma estratégia para completar a transição para uma economia de baixo carbono em 2050.
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