Notícia
Quase um terço dos portugueses não tem aquecimento em casa
Apenas 14% das habitações em Portugal dispõem de aquecimento central e os aquecedores móveis são os mais usados para combater as baixas temperaturas. Quase um terço das famílias não utiliza com regularidade qualquer tipo de aquecimento, de acordo com o INE e com os dados dos censos.
Os aparelhos móveis, elétricos ou a gás, são o tipo de aquecimento usado com maior frequência nas habitações portuguesas para combater o frio, com 28,4% das famílias a optar por eles. há depois uma fatia de 21,7% dos alojamentos que recorre a lareiras a apenas 14% tem aquecimento central para manter a casa com uma temperatura adequada ao inverno. 5,8% recorre a salamandras ou fogões e 30,2% das famílias diz que não usa regularmente nenhum tipo de aquecimento.
Os dados são do INE e fazem parte de um trabalho sobre "o que nos dizem os Censos" em matéria de habitação. O objetivo do estudo foi analisar de forma mais detalhada alguns dos pontos da fotografia do país revelada pela operação censitária e, no que toca, em constreto, ao aquecimento das habitações, há ainda um longo caminho a percorrer.
Com efeito, o ar condicionado é um luxo que não chega a 83,4% dos chamados alojamentos clássicos, ocupados como residência habitual. Alentejo, Beira Baixa e Algarve são as regiões onde mais pessoas dizem dispor destes aparelhos, mas em percentagens que nunca ultrapassam os 40% - no Algarve são apenas 32%. Na Madeira, apenas 2,5% têm ar condicionado em casa e nos Açores são 6,3%.
Olhando apenas para as construções da última década, a situação melhora, um pouco, mas está ainda longe de beneficiar a todos de igual forma. Cerca de um terço têm já aquecimento central e 19% têm lareira. Ainda assim, em 18,6% dos casos as pessoas continuam a usar aquecedores móveis e 18,1% diz não usar qualquer tipo de aquecimento. Uma fatia de 36,5% tinha instalado ar condicionado.
Os dados mostram, por outro lado, que há diferenças entre as várias regiões do país relativamente ao tipo de aquecimento usado com mais frequência. Alto Tâmega (86,2%) e Terras de Trás-os-Montes (84,8%) registaram as maiores utilizações, recorrendo em especial a aquecimento central ou lareira.
Já a Área Metropolitana de Lisboa, com 65%, a Madeira, 58,6% e os Açores, com 52,2%, registavam as menores proporções de alojamentos que utilizavam algum tipo de aquecimento, sendo que, as famílias que o faziam recorriam sobretudo a aquecedores móveis, elétricos ou a gás.