Notícia
China com investimento estrangeiro negativo pela primeira vez em décadas
A associação de instituições financeiras prevê que as saídas de investimento aumentem para cerca de 23,7 mil milhões de euros, em 2025.
12 de Dezembro de 2024 às 09:10
Os fluxos de investimento direto estrangeiro na China tornaram-se negativos "pela primeira vez em décadas", em 2024, que fechará com uma saída líquida de cerca de 9,5 mil milhões de euros, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF).
A associação de instituições financeiras prevê que as saídas de investimento aumentem para cerca de 23,7 mil milhões de euros, em 2025.
"O investimento direto estrangeiro na China está sob enorme pressão devido à baixa rentabilidade interna, à crise imobiliária, à ameaça de taxas alfandegárias, à diversificação das cadeias de abastecimento ou à grande diferença de rendimento entre [a moeda chinesa], o yuan, e o dólar", explicou.
Este declínio deve-se também às tensões geopolíticas que, combinadas com uma reconfiguração das cadeias de abastecimento mundiais, resultaram num desvio do investimento para outros países, lê-se no relatório do IIF.
O IIF apontou especificamente o caso da Índia, um dos principais beneficiários desta situação, especialmente no setor da produção eletrónica.
"A quota da China no total dos fluxos [de investimento] para os mercados emergentes deverá manter-se moderada, refletindo as fricções geopolíticas e os desafios internos", previu o documento, que referiu que outros mercados emergentes continuarão a atrair cada vez mais capital "face ao realinhamento global".
De acordo com a agência, as prováveis taxas alfandegárias adicionais impostas pelos Estados Unidos na sequência do regresso de Donald Trump à Casa Branca afetarão os principais setores de exportação e poderão "exacerbar os problemas estruturais" da China, como a sua dependência de um crescimento liderado pelo investimento ou o fraco consumo interno.
A política monetária também tem sido um entrave, de acordo com o IIF, que afirmou que a divergência entre a posição do Banco Popular da China e a de outros bancos centrais, como a Reserva Federal dos Estados Unidos, durante o ciclo de aperto monetário global, afetou a confiança dos investidores e não serviu para estimular suficientemente as entradas de capital do estrangeiro.
E, embora Pequim tenha prometido na semana passada uma orientação monetária "flexível", o relatório afirmou que as baixas margens de lucro líquido dos bancos e o risco de depreciação do yuan poderão limitar a margem de manobra das autoridades e conduzir a ainda mais saídas de capitais.
O IIF previu que o investimento direto estrangeiro reportado pelo ministério do Comércio, que apenas contabiliza as empresas com presença na China, caia entre 30% e 50% em 2025, enquanto a medida mais ampla da balança de pagamentos da Administração Estatal de Câmbios (SAFE) apresentará o primeiro valor negativo desde o início da série histórica em 1990.
Em agosto, a agência Bloomberg previu que esta última situação se verificaria se a tendência da primeira metade do ano se mantivesse, durante a qual o passivo de investimento direto da balança de pagamentos - um indicador que acompanha os novos investimentos estrangeiros no país, registando os fluxos monetários ligados a entidades estrangeiras na China - caiu 4,6 mil milhões de dólares (quase 4,4 mil milhões de euros).
A associação de instituições financeiras prevê que as saídas de investimento aumentem para cerca de 23,7 mil milhões de euros, em 2025.
Este declínio deve-se também às tensões geopolíticas que, combinadas com uma reconfiguração das cadeias de abastecimento mundiais, resultaram num desvio do investimento para outros países, lê-se no relatório do IIF.
O IIF apontou especificamente o caso da Índia, um dos principais beneficiários desta situação, especialmente no setor da produção eletrónica.
"A quota da China no total dos fluxos [de investimento] para os mercados emergentes deverá manter-se moderada, refletindo as fricções geopolíticas e os desafios internos", previu o documento, que referiu que outros mercados emergentes continuarão a atrair cada vez mais capital "face ao realinhamento global".
De acordo com a agência, as prováveis taxas alfandegárias adicionais impostas pelos Estados Unidos na sequência do regresso de Donald Trump à Casa Branca afetarão os principais setores de exportação e poderão "exacerbar os problemas estruturais" da China, como a sua dependência de um crescimento liderado pelo investimento ou o fraco consumo interno.
A política monetária também tem sido um entrave, de acordo com o IIF, que afirmou que a divergência entre a posição do Banco Popular da China e a de outros bancos centrais, como a Reserva Federal dos Estados Unidos, durante o ciclo de aperto monetário global, afetou a confiança dos investidores e não serviu para estimular suficientemente as entradas de capital do estrangeiro.
E, embora Pequim tenha prometido na semana passada uma orientação monetária "flexível", o relatório afirmou que as baixas margens de lucro líquido dos bancos e o risco de depreciação do yuan poderão limitar a margem de manobra das autoridades e conduzir a ainda mais saídas de capitais.
O IIF previu que o investimento direto estrangeiro reportado pelo ministério do Comércio, que apenas contabiliza as empresas com presença na China, caia entre 30% e 50% em 2025, enquanto a medida mais ampla da balança de pagamentos da Administração Estatal de Câmbios (SAFE) apresentará o primeiro valor negativo desde o início da série histórica em 1990.
Em agosto, a agência Bloomberg previu que esta última situação se verificaria se a tendência da primeira metade do ano se mantivesse, durante a qual o passivo de investimento direto da balança de pagamentos - um indicador que acompanha os novos investimentos estrangeiros no país, registando os fluxos monetários ligados a entidades estrangeiras na China - caiu 4,6 mil milhões de dólares (quase 4,4 mil milhões de euros).