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Cascais prossegue requalificação da Marina apesar de perder America’s Cup para Valência
Foi a desilusão que ficou subjacente no Clube Naval de Cascais quando esta manhã Pierre-Yves Firmenich, comodoro da Sociedade Naútica de Genebra, anunciou Valência como a cidade vencedora da organização da próxima Taça América. A mensagem foi a de que o e
Foi a desilusão que ficou subjacente no Clube Naval de Cascais quando esta manhã Pierre-Yves Firmenich, comodoro da Sociedade Naútica de Genebra, anunciou Valência como a cidade vencedora da organização da próxima Taça América. Algumas pessoas saíram da sala, outras permaneceram com um sorriso profissional. A mensagem foi a de que o esforço não foi em vão e que Portugal, em especial Cascais, ficou a ganhar.
“Devemos aceitar a derrota e felicitar a cidade vencedora”, disse António Capucho, presidente da Câmara Municipal de Cascais, logo a seguir à palavra “Valência”, emitida pelo ecrã, colocado no meio do clube naval, onde estavam dezenas de pessoas.
O autarca felicitou o trabalho de Patrick Monteiro de Barros e o da sua equipa pelo que proporcionaram a Cascais: “A projecção da vila como um destino turístico muito importante para a prática de vela”, sustentou, propondo uma medalha de honra ao multimilionário e medalhas de mérito desportivo a Miguel Magalhães, do Clube Naval de Cascais, e a André Caiado, o autor do projecto urbanístico.
“Durante os últimos oito meses Cascais e Portugal foram falados no mundo inteiro. Várias pessoas tiveram oportunidade de verificar as nossas condições excelentes para regatas”, afirmou, por sua vez, Vasco Pinto Basto, vice-presidente do Clube Naval de Cascais.
“Já temos garantido um campeonato de vela europeu que envolve 30 embarcações. E além disso, vamos ter, no Guincho, o Campeonato do Mundo de Windsurf”, salientou o responsável.
“Mas estou desolado, é evidente. Fomos incansáveis. E pensei que os nossos valores desportivos, superiores a Valência, contassem mais para a decisão”, continuou.
Antes do anúncio da cidade vencedora, os rostos no Clube Naval de Cascais mostravam nervosismo e, quando os decisores suíços salientaram que a “qualidade desportiva” tinha sido um grande critério de escolha, vozes sussurraram: “pode ser que?Sim, vamos ganhar”. Mas a palavra “Valência” silenciou os mais optimistas.
Rei “ajuda” candidatura de Valência; projecto de Cascais prossegue
Já no clube náutico da cidade valenciana, a decisão foi recebida com aplausos, risos e lágrimas de alegria, noticiou a EFE. As cerca de 200 pessoas reunidas abraçaram-se comovidas.
“O mundo inteiro vai estar de olhos em Valência. Só os Jogos Olímpicos podem comparar-se a isto. Vamos organizar um evento inesquecível”, afirmou Manuel Pons, vice-presidente do clube, que agradeceu a “decisiva ajuda” do Rei Juan Carlos.
No clube náutico português, Fernando Capucho aproveitou a ocasião para afirmar que o objectivo de requalificação da Marina de Cascais vai prosseguir. Junto ao Clube Naval está um grande projecto em marcha, que envolve um centro de alta competição e uma escola de vela. A própria Marina, cuja concessão pertence agora à Câmara Municipal de Cascais, vai ser objecto de intervenção para acolher mais barcos de turismo.
O autarca salientou também o projecto “Cidadela”, que pretende transformar aquela zona num complexo desportivo, museológico e hoteleiro, que implica um investimento de 25 milhões de euros, entre públicos e privados.
Quanto à intervenção urbanística prevista, que tem subjacente a requalificação da zona entre Pedrouços e Dafundo, com a criação de uma nova marina, um hotel e uma zona residencial, o vice-presidente do Clube Naval de Cascais disse que era para continuar.
A requalificação urbana da zona já tinha sido aprovada em conselho de ministros. O próprio ministro-adjunto do primeiro-ministro, José Luis Arnaut, também já tinha referido que: “Com ou sem regata, não há nenhuma hesitação quanto à decisão de avançar para a reabilitação urbana”.