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Carlos Tavares: "A pandemia e a guerra têm as costas muito largas"

O coordenador do Observatório de Políticas Económicas e Financeiras da Sedes acredita que teria sido melhor antecipar, logo em 2021, a subida das taxas de juro. Os sinais da inflação, afirma, estavam à vista.

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Carlos Tavares afirma que a escalada de preços em Portugal e no mundo tem as suas origens antes da guerra. Para o antigo ministro da Economia, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o problema deveria, por isso, ter sido combatido mais cedo.

"A pandemia e a guerra têm as costas largas, no sentido que têm sido responsabilizadas por todas as dificuldades, quando muitas das dificuldades que têm surgido foram simplesmente destapadas, potenciadas por estes fenómenos de curto prazo", considera.

O economista nota que "é corrente dizer que [a inflação] é, sobretudo, consequência da guerra", mas contrapõe que "só quem não viu os sinais é que pode pensar assim". Carlos Tavares conta ao Negócios e à Antena 1 que, quando ainda estava no Montepio, em meados do ano passado, teve "grandes discussões com os economistas do banco" sobre esta questão: "Principalmente, porque eu dizia: 'Cuidado com os sinais'"… e infelizmente tive razão", constata o antigo ministro.

Defende, por isso, que as taxas de juro "deveriam ter sido aumentadas mais cedo e, provavelmente até, com maior expressão" para controlar os preços. "Eu sei que não é muito popular de se dizer", reconhece Carlos Tavares, mas "o pior que pode acontecer ao país é continuar com inflação elevada".

Agora, afirma, o BCE deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para controlar a espiral inflacionista. "Mário Draghi teve a célebre expressão 'whatever it takes' – 'farei o que for necessário' – para salvar o euro. Pela mesma razão até, e por razões mais substanciais, o BCE tem de ter agora um "whatever it takes" para reduzir a inflação", considera.


Carlos Tavares: "BCE tem de ter agora um 'whatever it takes' para a inflação"
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O antigo ministro da Economia, que atualmente coordena o Observatório de Políticas Económicas e Financeiras da Sedes, gostaria de ver o Banco Central Europeu a fazer o que for preciso - como disse Mario Draghi para baixar os juros durante a crise do euro -, mas desta vez para suster uma espiral inflacionista.
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