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Bush nomeia Bernanke para presidente da Fed (act)

George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, escolheu Ben Bernanke para suceder a Alan Greenspan como presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, que esteve 18 anos à frente da autoridade monetária norte-americana. Bernanke é o «homem certo» para

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George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, escolheu Ben Bernanke para suceder a Alan Greenspan como presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, que esteve 18 anos à frente da autoridade monetária norte-americana. Bernanke é o «homem certo» para dar seguimento ao trabalho que Greenspan estabeleceu, disse o presidente dos Estados Unidos

Bernanke, de 51 anos, já foi governador da Fed durante três anos e actualmente exercia o cargo de presidente do painel de conselheiros económicos (Council of Economic Advisers - CEA) de Bush. A sua nomeação terá ainda de ser confirmada pelo Senado.

No discurso para anunciar esta nomeação, Bush afirmou que Greenpan é «uma lenda» que «guiou os Estados Unidos nos últimos choques». Bernanke é o «homem certo» para dar seguimento ao trabalho de Greenspan, acrescentou, numa declaração proferida na Sala Oval, ladeado por Greenspan e Bernanke.

O actual mandato, não renovável, de Alan Greenspan, termina a 31 de Janeiro. Presidente da Fed desde 1987 – durante cinco mandatos e nomeado por quatro presidentes dos EUA - e actualmente com 79 anos, Greenspan enfrentou dois «colapsos» nos mercados financeiros, em 1990-91 e em 2001, num período em que a expansão económica entre estes dois anos foi a mais longa de sempre na história dos Estados Unidos.

Devido à reputação de Greenspan (o vice-presidente da Fed considera-o como o maior banqueiro central de todos os tempos), a sua sucessão era um dos temas mais seguidos pelos investidores em Wall Street e em todo o mundo financeiro. Nas várias sondagens para antecipar quem seria o «novo homem» forte da Fed, o nome de Bernanke era um dos mais citados.

O actual cargo de Bernanke, principal conselheiro do presidente dos Estados Unidos, foi desempenhado também por Greenspan, antes de este assumir a presidência da Fed, há duas décadas atrás.

Reacções positivas

Para Bush, Bernanke – que será um dos homens mais poderosos do mundo financeiro, como principal responsável pela fixação de taxas de juro para milhões de pessoas – é uma pessoa com «elevado respeito» na comunidade financeira global.

Já Greenspan considerou que Bush fez uma excelente escolha. «Ben tem credenciais académicas soberbas e conhecimentos profundos sobre o funcionamento da nossa economia», disse o ainda presidente da Fed.

Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, afirmou que Bernanke é um «banqueiro central altamente responsável, um economista notável e com muita experiência».

«Fico muito contente com a possibilidade de vir a desenvolver com ele a mesma cooperação chegada e frutuosa, e obter a mesma confiança e amizade pessoal que tive com Alan Greenspan», acrescentou o líder da autoridade monetária europeia.

Bernanke «será uma escolha muito sólida. Há a ideia no mercado que ele será politicamente independente», disse um economista à Bloomberg, acrescentando que a volatilidade, com o anúncio do sucessor de Greenspan, «deverá ser mínima».

O economista-chefe da Lehman Brothers afirmou que Bernanke tem «as credenciais certas», mas lembrou que «estão a substituir um ícone por um mero mortal», que «terá que provar que merece o lugar».

«Penso que será uma excelente escolha. Bernanke é um economista monetário de primeira linha e um excelente académico», disse outro economista. O próximo presidente da Fed está «familiarizado com os principais responsáveis da Fed e com o sistema» financeiro americano, o que é sempre «uma mais-valia», disse, acrescentando que a sua actuação deverá ser muito próxima daquela efectuada por Greenspan.

Tarefas

Bernanke foi economista da Universidade de Princeton, assumiu a presidência do CEA em Junho passado, depois de ter assumido o cargo de Governador da Fed durante três anos.

O futuro presidente do banco central dos EUA terá agora como principal tarefa combater as pressões inflacionistas nos Estados Unidos, subindo as taxas de juro de uma forma que não penalize a evolução da maior economia do mundo. Desde o mínimo de 1%, a Fed já subiu os juros por 11 vezes seguidas, até aos actuais 3,75%.

Ao contrário do que faz actualmente a Fed, Bernanke já defendeu a implementação de um limite máximo para a inflação, tal como é implementado pelo BCE. Enquanto o BCE tem como principal mandato a estabilidade de preços, com a meta oficial para a inflação nos 2%, a Fed tem duas directrizes base: a estabilidade dos preços e a promoção do crescimento económico, sem ter metas quantificadas. 

A nomeação de Bernanke foi bem recebida pelos mercados financeiros, com os índices de acções em Wall Street a valorizar mais de 1%. O euro valorizava face ao dólar, mas permanecia abaixo dos 1,20 dólares.

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