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Bruxelas quer "que o Kremlin pague" pela escalada na guerra e impõe novas sanções

O anúncio de Von der Leyen surge depois de terem sido divulgados os resultados preliminares dos referendos sobre a anexação de Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk à Federação russa.

O plano de Bruxelas para a energia foi detalhado esta quarta-feira no Parlamento Europeu.
Yves Herman/Reuters
28 de Setembro de 2022 às 15:55
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Bruxelas está a preparar um novo pacote de sanções para responder aos novos desenvolvimentos da invasão russa à Ucrânia. Depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado a "mobilização parcial" de cidadãos para as frentes da guerra, assim como referendos de anexação em vários territórios ocupados, a União Europeia vai elaborar um novo pacote.

 

"Estamos determinados a fazer com que o Kremlin pague por esta nova escalada" na guerra da Ucrânia, assegurou esta quarta-feira Ursula Von der Leyen.

 

A presidente da Comissão Europeia detalhou que este novo pacote de sanções irá incluir mais proibições sobre a importação de produtos russos e sobre a venda de tecnologias essenciais para o setor militar da Rússia.

O novo pacote inclui ainda a imposição de um teto ao preço do petróleo russo vendido a países terceiros. Para tal, a UE terá de rever a sua legislação. "Estamos a tratar da base legal para estabelecer este teto no preço do petróleo", garantiu Von der Leyen.

 

Ao impor estas restrições à economia russa, Bruxelas pretende privar Moscovo de sete mil milhões de euros em receitas, de acordo com a presidente da Comissão Europeia.

 

Além das sanções impostas aos bens, Von der Leyen conta novas medidas tendo em vista pessoas ajudem Moscovo "a contornar as sanções", registando os nomes das mesmas nas listas da UE.

 

Von der Leyen deu o exemplo de indivíduos "que compram bens na UE e que depois os transportam para países terceiros, para no fim os levar para a Rússia"." Isso seria uma forma de contornar as sanções, esses indivíduos poderiam ser listados", anunciou a presidente da Comissão Europeia.

 

A Comissão Europeia quer ainda proibir que cidadãos da UE ocupem cargos bem remunerados em empresas estatais russas. "A Rússia não pode beneficiar do poder intelectual e da experiência europeia", defendeu a líder da Comissão Europeia no Twitter.

 

Desde o início da invasão russa à Ucrânia, Bruxelas já aprovou vários pacotes de sanções contra a economia russa. Entre as medidas que podem ser contempladas, está em cima da mesa a proposta da Polónia, Estónia, Lituânia e Letónia é a de alargar a lista de entidades excluídas do sistema de ligação de transferências bancárias Swift ao Gazprombank, Alfa Bank, Rosbank e Tinkoff Bank.

 

Os cinco países querem também que a UE proíba a importação de diamantes e cigarros da Rússia, bem como o veto à colaboração com Moscovo no setor da energia nuclear, segundo avançou a Europa Press esta semana.

 

O anúncio de Von der Leyen surge depois de terem sido divulgados os resultados preliminares dos referendos sobre a anexação de Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk à Federação russa. Os meios de comunicação russos avançam que tudo aponta para um esmagador "sim", com os resultados preliminares a apontarem para vitórias acima dos 97%. Até agora foram contados cerca de um quinto dos votos contados.

 

A votação aconteceu depois de os parlamentos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, reconhecidas pelo Kremlin a 21 de fevereiro, três dias antes do início da guerra, terem convocado um referendo de integração das regiões na Rússia, ao qual se juntaram as regiões de Kherson e Zaporijia, parcialmente sob domínio russo.

 

O anúncio oficial dos referendos para anexação dos territórios ucranianos sob ocupação russa foi feito num discurso à nação proferido pelo presidente russo, Vladimir Putin, que revelou ainda que vai pedir a mobilização de 300 mil militares russos nas reservas para combater na Ucrânia. Putin aproveitou ainda para fazer uma ameaça de uso de armas nucleares contra os países do Ocidente.

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