Notícia
Brasil oferece-se para fornecer energia e produtos agrícolas
O ministro da Economia do Brasil acredita que o país deve tornar-se mais importante numa altura em que as diferentes regiões do mundo estão a analisar uma possível "deslocalização industrial".
31 de Março de 2022 às 10:17
O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, salientou que o seu país pode ser "a solução" para a Europa resolver os seus problemas geoestratégicos de abastecimento energético e agrícola após a guerra na Ucrânia.
Numa entrevista à agência espanhola Efe, Paulo Guedes garantiu que o Brasil pode assegurar "segurança" no abastecimento dessas matérias-primas, numa altura em que "todos estão a recalcular os riscos geopolíticos" depois da guerra na Ucrânia.
O responsável governamental sublinhou que o Brasil deve tornar-se mais importante numa altura em que as diferentes regiões do mundo estão a analisar uma possível "deslocalização industrial" para evitar os problemas sofridos com a logística, o transporte ou a falta de produtos, como os semicondutores.
Os investimentos industriais que anteriormente eram feitos na Ásia "podem agora ser relocalizados para a América Latina", afirmou Paulo Guedes, recordando que o Ocidente tem uma história e relações muito estreitas com aquela região em que países como Espanha e Portugal desempenharam um papel pioneiro.
Numa altura de "sombras" na política internacional e face aos problemas e dependência do Velho Continente do gás, fertilizantes e petróleo russo, ou cereais produzidos na Ucrânia, o ministro recordou a possibilidade de "o Brasil tomar o seu lugar" como produtor de matérias-primas e produtos agroalimentares básicos, como o milho, num ambiente económico e regulamentar de que já usufruíram empresas espanholas como a Telefónica, Santander, Iberdrola, Mapfre, Acciona e Repsol, entre outras.
O ministro insistiu na sua convicção de que nos próximos anos o Brasil será um "foco de investimento" e desenvolvimento para os europeus, numa altura em que o país "pode absorver com sucesso o investimento que chega" e fornecer matérias-primas, produtos e energia para o resto do mundo.
O Brasil está em processo de privatização de empresas nacionais e irá implementar incentivos fiscais para atrair investimento, com estabilidade regulamentar e "a segurança de que os contratos serão honrados", assegurou Paulo Guedes na entrevista à Efe.
O responsável governamental brasileiro também sublinhou que o Governo brasileiro "promoverá e investirá na exploração de energias limpas cuidando do meio ambiente" e convida a que se analisem os problemas de dependência energética da Rússia e o potencial de alguns países da América Latina.
Paulo Guedes encontra-se na Europa para reuniões com autoridades governamentais, empresários e executivos franceses e espanhóis.
Na sua agenda oficial tem previsto tratar principalmente do processo de adesão do Brasil à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), cuja sede se encontra em Paris.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Numa entrevista à agência espanhola Efe, Paulo Guedes garantiu que o Brasil pode assegurar "segurança" no abastecimento dessas matérias-primas, numa altura em que "todos estão a recalcular os riscos geopolíticos" depois da guerra na Ucrânia.
Os investimentos industriais que anteriormente eram feitos na Ásia "podem agora ser relocalizados para a América Latina", afirmou Paulo Guedes, recordando que o Ocidente tem uma história e relações muito estreitas com aquela região em que países como Espanha e Portugal desempenharam um papel pioneiro.
Numa altura de "sombras" na política internacional e face aos problemas e dependência do Velho Continente do gás, fertilizantes e petróleo russo, ou cereais produzidos na Ucrânia, o ministro recordou a possibilidade de "o Brasil tomar o seu lugar" como produtor de matérias-primas e produtos agroalimentares básicos, como o milho, num ambiente económico e regulamentar de que já usufruíram empresas espanholas como a Telefónica, Santander, Iberdrola, Mapfre, Acciona e Repsol, entre outras.
O ministro insistiu na sua convicção de que nos próximos anos o Brasil será um "foco de investimento" e desenvolvimento para os europeus, numa altura em que o país "pode absorver com sucesso o investimento que chega" e fornecer matérias-primas, produtos e energia para o resto do mundo.
O Brasil está em processo de privatização de empresas nacionais e irá implementar incentivos fiscais para atrair investimento, com estabilidade regulamentar e "a segurança de que os contratos serão honrados", assegurou Paulo Guedes na entrevista à Efe.
O responsável governamental brasileiro também sublinhou que o Governo brasileiro "promoverá e investirá na exploração de energias limpas cuidando do meio ambiente" e convida a que se analisem os problemas de dependência energética da Rússia e o potencial de alguns países da América Latina.
Paulo Guedes encontra-se na Europa para reuniões com autoridades governamentais, empresários e executivos franceses e espanhóis.
Na sua agenda oficial tem previsto tratar principalmente do processo de adesão do Brasil à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), cuja sede se encontra em Paris.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.