Notícia
Borrell garante que estratégia para reduzir riscos no comércio não visa conter China
A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo.
08 de Dezembro de 2023 às 09:21
O mais alto diplomata da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou esta sexta-feira, em Pequim, que a estratégia de Bruxelas para reduzir riscos no comércio com o país asiático "não é uma conspiração contra a China".
Numa conferência de imprensa em Pequim, na sequência da cimeira China - UE, Borrell afirmou que ambas as partes "concordaram com a necessidade de cooperar" e que o encontro entre os líderes visou explorar "formas de gerir as diferenças".
O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros referiu ainda a necessidade de averiguar se o excedente comercial da China nas trocas comerciais com o bloco europeu, "que duplicou nos últimos dois anos", é "estrutural", porque, se assim for, é "insustentável".
Borrell salientou que a UE deve estar atenta às "causas primárias do excesso de capacidade industrial da China (...), sobretudo no setor automóvel".
Bruxelas lançou uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos elétricos pelo país asiático. Isto surge após a adoção de um quadro regulamentar que restringe o investimento chinês em setores estratégicos. A estratégia de reduzir riscos no comércio com a China, delineada pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é outro fator de preocupação para Pequim, que acusa o Ocidente de tentar conter o desenvolvimento do país.
Embora Josep Borrell tenha saudado os "progressos impressionantes" da China no domínio das energias renováveis, lamentou que "quase 90% das novas usinas a carvão do mundo estejam a ser abertas" na China.
A China é já o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa. Quase dois terços da energia consumida no país assentam na queima daquele combustível fóssil altamente poluente.
Um relatório do Centro de Investigação sobre Energia Limpa e Ar (CREA) mostrou que, em 2022 e 2023, a China continuou a acelerar "significativamente" a aprovação de licenças para centrais a carvão, após ter tido problemas de abastecimento.
O diplomata indicou que os líderes europeus pediram aos seus interlocutores chineses para "não possibilitarem que a Rússia contorne sanções" e "não forneçam armas" a Moscovo, referindo-se à proposta de paz do Presidente ucraniano Volodymir Zelensky como única opção válida.
A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas" ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.
A UE calcula que cerca de 70% dos produtos sensíveis e de alta tecnologia de origem europeia que chegam às Forças Armadas russas passam pela China.
A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo. Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde.
No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado, suscitando fortes reclamações por parte de Bruxelas, que acusa o país asiático de práticas comerciais "injustas".
Numa conferência de imprensa em Pequim, na sequência da cimeira China - UE, Borrell afirmou que ambas as partes "concordaram com a necessidade de cooperar" e que o encontro entre os líderes visou explorar "formas de gerir as diferenças".
Borrell salientou que a UE deve estar atenta às "causas primárias do excesso de capacidade industrial da China (...), sobretudo no setor automóvel".
Bruxelas lançou uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos elétricos pelo país asiático. Isto surge após a adoção de um quadro regulamentar que restringe o investimento chinês em setores estratégicos. A estratégia de reduzir riscos no comércio com a China, delineada pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é outro fator de preocupação para Pequim, que acusa o Ocidente de tentar conter o desenvolvimento do país.
Embora Josep Borrell tenha saudado os "progressos impressionantes" da China no domínio das energias renováveis, lamentou que "quase 90% das novas usinas a carvão do mundo estejam a ser abertas" na China.
A China é já o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa. Quase dois terços da energia consumida no país assentam na queima daquele combustível fóssil altamente poluente.
Um relatório do Centro de Investigação sobre Energia Limpa e Ar (CREA) mostrou que, em 2022 e 2023, a China continuou a acelerar "significativamente" a aprovação de licenças para centrais a carvão, após ter tido problemas de abastecimento.
O diplomata indicou que os líderes europeus pediram aos seus interlocutores chineses para "não possibilitarem que a Rússia contorne sanções" e "não forneçam armas" a Moscovo, referindo-se à proposta de paz do Presidente ucraniano Volodymir Zelensky como única opção válida.
A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas" ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.
A UE calcula que cerca de 70% dos produtos sensíveis e de alta tecnologia de origem europeia que chegam às Forças Armadas russas passam pela China.
A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo. Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde.
No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado, suscitando fortes reclamações por parte de Bruxelas, que acusa o país asiático de práticas comerciais "injustas".