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BCE reduz juros para 4,5% (actualização2)

O Banco Central Europeu (BCE) cortou hoje a sua taxa directora, ou REFI, em 25 pontos base para os 4,5%, no primeiro corte que aquela instituição realizou nos últimos dois anos.

10 de Maio de 2001 às 14:26
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(actualiza com declarações de analista e corrige data da última redução) O Banco Central Europeu (BCE) cortou hoje a sua taxa directora, ou REFI, em 25 pontos base para os 4,5%, no primeiro corte que aquela instituição realizou nos últimos dois anos.

A decisão da autoridade monetária europeia surpreendeu os analistas, que aguardavam a manutenção do preço do dinheiro nos anteriores 4,75%, depois dos últimos indicadores apontarem para um aumento da inflação da Zona Euro no mês de Abril.

«Este descida foi surpreendente, (…) especialmente tendo em conta os inúmeros comentários que foram feitos esta semana por parte de responsáveis do BCE e do Bundesbank», afirmou Rui Constantino, analista do Banco Santander Central Hispano (BSCH).

O presidente do BCE, Wim Duisenberg, afirmou recentemente que aquela instituição deveria apostar na estabilidade dos preços, indiciando que as taxas não deveriam descer tão cedo.

Segundo o mesmo analista, os últimos indicadores económicos apontam para o abrandamento económico da Zona Euro, «o que poderá levar a que o desemprego não apresente a descida esperada, (…)», uma situação que «teria implicações no consumo privado», pelo que poderá ter influenciado o corte decretado hoje pelo BCE.

O BCE foi o último dos principais bancos centrais mundiais a baixar as taxas de juro depois do início deste ano, na tentativa de impulsionar o crescimento económico.

A autoridade monetária da Zona Euro tinha baixado as taxas de juro pela última vez em Abril de 1999. Entre Novembro daquele ano e Outubro do ano passado, o BCE aumentou a sua taxa directoras por sete vezes, na tentativa de combater o aumento das pressões inflacionistas, que eram impulsionadas pela subida do preço do petróleo e pela desvalorização do euro nos mercados cambiais.

A decisão do BCE surgiu depois do Banco Central de Inglaterra ter cortado hoje a sua principal taxa de juro em 25 pontos base para os 5,25%, naquela que foi a terceira diminuição realizada este ano no Reino Unido, um país que não integra a Zona Euro.

A Reserva Federal (FED) norte-americana já desceu a sua taxa de referência por quatro vezes desde o início de Janeiro, num total de 200 pontos base, para os actuais 4,5%.

Depois do corte realizado hoje pelo BCE, o preço do dinheiro passou a ser idêntico na Zona Euro e nos Estados Unidos (EUA), o que sucede pela primeira desde a criação da União Económica e Monetária (UEM).

Inflação da Zona Euro deverá voltar a crescer em Abril

Em Março, a taxa de inflação da zona da moeda única, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), cresceu para os 2,6%, acima da meta de 2% traçada pelo BCE.

Os primeiros indicadores avançados recolhidos em alguns Estados da Alemanha, a maior economia da Zona Euro, apontam para um novo incremento dos preços em Abril, com os produtos alimentares reflectirem os efeitos da doença das vacas loucas e da crise da febre aftosa.

A descida do preço do dinheiro pode funcionar como um incentivo para os consumidores e empresas aumentarem os seus níveis de consumo e de investimento, o que pode contribuir para colocar mais pressão sobre os preços.

Segundo estimativas divulgadas recentemente pela Comissão Europeia, a inflação da Zona Euro deverá situar-se nos 2,2% no final do corrente ano.

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