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BCE abre hoje a porta a descida de juros em 2008

A reunião de hoje do Banco Central Europeu (BCE) deverá marcar a viragem do discurso da autoridade monetária. Esta é a crença de várias casas de investimento. Apesar de se prever que Jean-Claude Trichet anuncie a manutenção dos juros nos 4,25%, espera-se que o discurso prepare o mercado para uma descida de juros, ainda este ano.

02 de Outubro de 2008 às 00:01
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A reunião de hoje do Banco Central Europeu (BCE) deverá marcar a viragem do discurso da autoridade monetária. Esta é a crença de várias casas de investimento. Apesar de se prever que Jean-Claude Trichet anuncie a manutenção dos juros nos 4,25%, espera-se que o discurso prepare o mercado para uma descida de juros, ainda este ano.

“Esperamos que o BCE mantenha a taxa de juro inalterada [na reunião de hoje]. Porém a postura neutral assumida nas últimas duas reuniões deverá ser substituída por uma sinalização de um corte de taxas até ao final do ano”, revela a economista Márcia Duarte Rodrigues, do Millennium bcp. Esta perspectiva é partilhada por outras casas de investimento. Esta semana foram já vários os economistas que se pronunciaram sobre a expectativa de descida de juros. Deutsche Bank, JPMorgan e Citigroup estão entre as casas de investimento que prevêem cortes no preço do dinheiro ainda este ano.

Ainda na terça-feira Trichet reiterou que “o que é necessário é continuarmos a dizer aos nossos cidadãos que vamos assegurar a estabilidade de preços”. Este tem sido o discurso central do BCE para justificar a manutenção de juros e a subida, em Julho, para 4,25%, uma medida que “considerámos ter sido um erro”, diz o Deutsche Bank.



Apesar deste discurso, o ministro das Finanças do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, acredita que “o banco vai ter em consideração todos os elementos”, considerando que o BCE não se vai concentrar apenas na inflação. O mercado aguarda agora pelo discurso de Trichet. Será que o responsável sinaliza mesmo uma descida de juros? E será já em Novembro? A dúvida será esclarecida hoje, mas para já o mercado aposta num alívio da política monetária.

Descida de juros não significa queda das taxas Euribor

As taxas Euribor, os indexantes mais recorrentes nos empréstimos à habitação em Portugal, costumam acompanhar a evolução de juros por parte do BCE. Contudo, com a crise financeira as taxas Euribor estão a afastar-se cada vez mais da taxa directora. Ontem a distância da Euribor a seis meses da taxa de juro praticada pelo BCE atingiu mesmo o valor mais elevado de sempre, superando 1,15 pontos. Isto significa que, mesmo que o BCE opte por descer os juros não é certo que estas taxas corrijam. Isto porque o problema está no financiamento dos mercados financeiros.

E enquanto o sistema não acreditar que há maior estabilidade e que os bancos conseguem financiar-se, as taxas Euribor, que também são juros interbancários, não deverão corrigir.

Nos EUA as expectativas de novos cortes de juros também estão a aumentar. Depois do plano de 700 mil milhões de dólares ainda não ter sido aprovado, a especulação de que a Fed será obrigada a voltar a reduzir o preço do dinheiro dos actuais 2% aumenta. A Fed só reúne a 29 de Outubro, mas não é de excluir intervenções extraordinárias para tentar evitar uma recessão económica, tal como fez em 2007.

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