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André Ventura diz que a escolha nas eleições é entre o Chega e o PS

No seu primeiro discurso na Convenção Nacional do partido, Ventura considerou que "o PSD já não tem força" devido aos "sucessivos casos e escândalos" que abalaram o partido de Luís Montenegro.

Estela Silva/Lusa
13 de Janeiro de 2024 às 16:53
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O presidente do Chega considerou neste sábado que a disputa eleitoral de 10 de março é entre o seu partido e o PS, que traria pela mão de Pedro Nuno Santos um "país de 1974" e um "trio de horrores" com BE e PCP.

Na reta final do seu primeiro discurso na 6.ª Convenção Nacional do Chega, que durou mais de 40 minutos para apresentação da sua recandidatura única à liderança do partido, André Ventura defendeu que "não há outra alternativa em Portugal" e que esta "é entre o Chega e o Partido Socialista".

O líder e recandidato sustentou que a escolha, em 10 de março, "é muito clara, entre o Portugal de 2024, que é o do Chega, ou o de 1974, que é o de Pedro Nuno Santos", que "quer voltar ao PREC [...], às geringonças e PCP's desta vida".

Ventura acusou a esquerda de tentar "branquear a imagem da Geringonça" e defendeu que esta solução vai voltar a repetir-se se PS, PCP e BE tiverem maioria nas próximas eleições legislativas de 10 de março.

"Não tenham dúvidas de que eles se vão juntar todos outra vez para governar", declarou, salientando que só o Chega pode "ser alternativa à hipocrisia de Pedro Nuno Santos, de António Costa e à continuidade desta Geringonça".

"Já imaginaram um governo com Pedro Nuno Santos, Paulo Raimundo e a Mariana Mortágua?", questionou, o que levou a apupos por parte dos delegados à convenção.

Propondo um exercício de imaginação com "aquelas personagens sentadas no Conselho de Ministros", André Ventura sugeriu que o secretário-geral do PCP poderá ser ministro da pesca e a coordenadora do BE ministra da igualdade de género, classificando como um "trio dos horrores".

O presidente do Chega referiu-se também ao novo secretário-geral do PS como "o neto do sapateiro".

"Vamos lutar não para o segundo lugar, mas para vencer as eleições legislativas em Portugal", disse ainda.

De acordo com Ventura, nesta reunião magna vão estar pessoas "que vieram do PSD, do CDS e da IL porque ali não encontraram o projeto que queriam e sabem que agora esta é a única alternativa para combater o PS".

Apontando que "o país pede essa alternativa", André Ventura considerou que "o PSD já não tem força" devido aos "sucessivos casos e escândalos" que abalaram o partido de Luís Montenegro.

No discurso -- cujos momentos de aplausos eram acompanhados por uma música -, Ventura disse que se recandidata à liderança do partido porque "Portugal precisa de uma limpeza", voltando a aludir ao caso que envolveu o ex-chefe de gabinete de António Costa Vitor Escária, que escondeu cerca de 75 mil euros em caixas de vinho no seu local de trabalho.

Com críticas também ao ex-ministro João Galamba, o líder do partido de extrema-direita atirou também ao PSD de Luís Montenegro, acusando-o de ter "ficado em silêncio" perante este caso, mas também perante o das gémeas que foram tratadas no Hospital Santa Maria.

Apesar das iniciativas que outros partidos tiveram no parlamento para esclarecer esta polémica, Ventura afirmou que o Chega foi o partido que teve que fazer "um esforço no parlamento" sobre o tema.

"Estão todos juntos a procurar aparar os golpes uns dos outros", disse, considerando que "o último grito de decência pela pátria" é para que "a corrupção seja combatida em Portugal".

Outros dos motivos pelos quais Ventura se recandidata é porque é "preciso coragem" para falar da imigração, considerando que esta tem que ser "regulada e controlada" porque não se pode querer no país aqueles que não querem aceitar a história portuguesa, mas sim mudá-la.
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