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Alta no gás vai aumentar uso de petróleo para produção energética, diz AIE
No relatório mensal de agosto, a Agência Internacional de Energia explica que o aumento dos preços do gás está a levar a um aumento no uso de petróleo para a produção de energia, principalmente na Europa.
Os preços mais elevados do gás vão levar a um aumento do uso do petróleo na produção de energia, é o que diz a Agência Internacional de Energia (AIE) no seu relatório mensal de agosto. Em causa está a subida no gás que está a levar a uma mudança na produção de energia, maioritariamente na Europa e no Médio Oriente, o que vai fazer subir o consumo de crude para o resto do ano.
A organização, baseada em Paris e fundada principalmente por membros da OCDE, espera assim um aumento do consumo de petróleo a nível mundial ainda em 2022 para 380 mil barris por dia, isto mesmo com sinais de um recuo do crescimento económico a nível mundial.
No documento a IEA explica que "com muitas regiões a experienciarem ondas de calor, os últimos dados confirmam o aumento do uso de petróleo na produção energia, especialmente na Europa e no Médio Oriente, mas também pela Ásia. A mudança de combustível está também a acontecer na indústria europeia, incluindo no refinamento".
Adicionalmente, a agência indica que os planos da União Europeia para reduzir o consumo de gás em 15% desde agosto deste ano até março de 2023 deverão aumentar o consumo do "ouro negro" por 300 mil barris por dia nos próximos seis trimestres, ou seja, durante o próximo ano e meio.
Por outro lado, o impacto das sanções da UE à Rússia foram menos severas do que a AIE tinha previsto. Ainda assim as exportações de petróleo russo para a Europa, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul caíram perto de 2,2 milhões de barris por dia desde o início da guerra. Mas as novas rotas do Kremlin para países como a Índia, China e Turquia permitiram "mitigar maiores perdas".
A Rússia faturou cerca de 19 mil milhões de dólares na exportação de petróleo, abaixo dos 21 mil milhões verificados em junho, em parte devido a preços mais baixos de venda e volume de exportações reduzido.