O défice orçamental alemão não vai superar o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) pelo segundo consecutivo em 2003, devido a um crescimento económico previsto de 1,5% e a um aumento das receitas resultante da subida de impostos, revelou o Ministério das Finanças alemão em comunicado.

O abrandamento levou a maior economia europeia a procurar outras formas de reduzir o seu défice orçamental, para além da redução da despesa. A Alemanha está confrontada com um procedimento de défice excessivo este ano, com o seu défice a crescer para 3,8% do PIB no final do ano, superando o tecto de 3% imposto pelo PEC.

«Aprendemos uma lição», reconheceu o Ministério das Finanças alemão em comunicado. «A última coisa que precisamos é de orçamentos insustentáveis», afirma a mesma fonte.

O Governo precisa de reduzir o défice em cerca de 0,5% do PIB por ano para conseguir o equilíbrio das contas públicas em 2006.

O Chanceller Gerhard Schroeder pretende diminuir os benefícios fiscais para aumentar as receitas, argumentando que a medida não estrangulará a recuperação económica.

Os empresários dizem que os planos de limitar as amortizações que as companhias podem reclamar em caso de prejuízo, bem como impostos mais elevados ao nível da energia consumida nas empresas irão resultar no aumento do desemprego e na queda das receitas.

O Governo alemão prevê alcançar um défice orçamental de 2,7% do PIB em 2003, mais de um ponto percentual abaixo do deste ano.