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Alemanha - Emigrar duas vezes para não mais voltar

António Magalhães e Maria Medeiros emigraram, pela primeira vez, em 1991.

30 de Março de 2012 às 00:31
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António Magalhães e Maria Medeiros emigraram, pela primeira vez, em 1991. "Na altura, enfrentávamos dificuldades financeiras", conta o casal, ele com 58 e ela com 49 anos. Foram à "procura de uma vida mais digna", e o destino foi escolhido ao acaso. "Um amigo do António trabalhava na Alemanha, na cidade de Osnabrück, num restaurante português e decidiu voltar para Portugal. Ofereceu ao António o posto de cozinheiro dele", a ganhar "muito melhor que em Portugal", diz Maria.

Foi o que fez. Mais tarde, passou de cozinheiro a proprietário. A vida corria bem, sem sobressaltos, mas a saudade levou-os a regressar. Voltaram em 2009. Destino? Algarve. "Abrimos um negócio onde temos casa, em Albufeira, mas não correu como esperávamos. Poucos meses depois vimos o erro que tínhamos cometido". Devido à crise, o negócio fracassou. "Perdemos muito dinheiro num curto espaço de tempo", desabafa. A solução foi voltar a emigrar. No ano passado, em Março, regressaram para a mesma cidade alemã. "Foi tudo mais fácil que da primeira vez [quando tiveram de assegurar o emprego para garantir a autorização de residência]". E tinham a vantagem: "já falávamos alemão". Abriram outro restaurante, perto de Osnabrück, e já não contam voltar: "só para passar férias. A Alemanha tornou-se a nossa segunda Pátria", diz Maria. Ainda não começaram a pensar a sério na reforma, mas já sabem como funciona.

Se fossem empregados por conta de outrem, descontavam para a Segurança Social garantindo, no mínimo, 500 euros de reforma. "Alguém com o ordenado médio (cerca de 1.300 euros) consegue 750 a 800 euros", após 45 anos de trabalho (aos 67 anos de idade), conta António. Como são "patrões", o que pagam à Segurança Social "só serve para ir ao médico". Podem descontar de forma voluntária para garantir uma reforma do Estado, mas convém complementar com produtos junto de instituições privadas.
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