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AECOPS prevê quebra de 6% na construção em 2006

O sector da construção em Portugal deverá fechar 2006 com uma queda do volume de produção de cerca de 6% face a 2005, quase o dobro da descida inicialmente prevista, afirmou Joaquim Fortunato, presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Púb

20 de Dezembro de 2006 às 11:28
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O sector da construção em Portugal deverá fechar 2006 com uma queda do volume de produção de cerca de 6% face a 2005, quase o dobro da descida inicialmente prevista, afirmou Joaquim Fortunato, presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS).

Em 2005, o volume de produção do sector foi de 24.630,2 milhões de euros e este responsável disse que, apesar das expectativas para 2007 serem de optimismo moderado perante uma melhoria do investimento privado, o ano ainda deverá voltar a ser negativo.

O presidente da associação mais representativa do sector em Portugal prevê que, apenas em 2008, haja uma inversão da tendência negativa, suportada pela recuperação da economia e da confiança dos agentes económicos.

"Estimamos que o ano (2006) termine com uma queda de seis pct relativamente ao ano passado. No início do ano tinhamos previsto uma quebra de 2,8 pct", afirmou Joaquim Fortunato, lembrando que, entre 2002 e 2005, o volume de produção no sector regista já uma queda acumulada de 17%.

Explicou que este ano foi um dos mais difíceis para as empresas do sector, dada a forte contracção das obras públicas com os concursos adjudicados a descerem 50% em número e em valor, e com os atrasos nos pagamentos, sobretudo por parte da Administração Local, a estenderem-se até aos 24 meses.

Salientou que o segmento residencial foi também bastante penalizado pelas quedas de cerca de quatro pct das licenças para construção, licenças para reabilitação e contratos de crédito para aquisição de habitação.

O presidente desta associação lembrou ainda que o sector já perdeu 14 mil postos de trabalho este ano.

"É o resultado da política de contenção das despesas do Estado e do clima de desconfiança dos agentes económicos, do clima de recessão e incerteza", disse este responsável.

Em 2005, Portugal teve o défice público mais elevado da zona euro - 6% do PIB - e o Governo está a levar a cabo medidas restritivas e reformas para descê-lo para 4,6% em 2006, 3,7% em 2007 e 2,6% em 2008.

O Governo estima que o Produto Interno Bruto cresça 1,1% em 2006 e 1,8% em 2007, apontando para um crescimento de 2,4% em 2008, ano em que o "output" crescerá acima do potencial.

Para 2007 prevê uma quebra da produção menos pronunciada - de 3% - resultado de uma melhoria do investimento privado, sobretudo estrangeiro que aposta na compra de segunda habitação ou habitação turística em Portugal.

"Tenho alguma expectativa que a partir de 2008 possa começar a haver uma inversão da tendência, apesar desta estar muito dependente da confiança dos agentes económicos, mas acho que este Governo tem dado sinais ao mercado que são animadores e que os investidores podem confiançar no país", disse.

Reafirmou que a concentração no sector não é solução para as empresas nacionais e reclama a falta de dinamismo do mercado de reabilitação urbana, considerada uma das apostas principais para a reanimação do mercado.

"Acredito noutro caminho que não seja a fusão entre empresas e que é o caminho dos agrupamentos complementares de empresas, conhecidos por consórcios, e que operam em conjunto tanto em Portugal como no exterior", considera.

"O mercado da reabilitação está completamente estagnado, mesmo com a nova lei do arrendamento urbano que ficou muito aquém do que esperávamos, uma vez que o aumento de rendas tem um limite muito baixo e a questão dos despejos ainda não está clarificada", acrescentou.

O mercado da reabilitação em Portugal tem um peso inferior a 20% no sector da construção contra uma média de 40% na Europa.

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