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Adesão à greve? Sindicatos falam de 90%, Governo de 4%

É já tradição a falta de sintonia entre sindicatos e Governos a propósito dos números da adesão à greve. Mas não há memória de uma disparidade tão ampla.

Adesão à greve? Sindicatos falam de 90%, Governo de 4%
24 de Novembro de 2011 às 13:49
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Os líderes da CGTP e da UGT coincidiram esta manhã no balanço à greve.

Asseguram que a paralização está a ser mais ampla do há um ano, que adesão supera os 90% no sector público, sobretudo nos transportes, e que a mesma fasquia foi atingida nalgumas empresas privadas, caso da Corticeira Amorim, Centralcer, Lisnave e no parque industrial de Palmela.

Já o Governo, refere que, às 11h30, a taxa de adesão à greve geral era de apenas 3,6%, embora o universo seja apenas o da Administração Pública.

De acordo com a informação divulgada pelo Governo, na Administração Central, com 355.305 trabalhadores, apenas 12.800 aderiram à greve. A greve levou ao encerramento de 112 serviços.

O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), João Proença, disse que a adesão à Greve Geral de hoje é "superior à do ano passado", salientando a participação no sector dos transportes, mas também no sector privado.

Junto ao piquete de greve dos CTT, uma empresa onde cerca de 80% dos trabalhadores - de acordo com João Proença - aderiram à paralisação, o sindicalista enumerou os diferentes sectores que hoje são afectados por uma paralisação maior do que a do ano passado.

"No transporte aéreo a adesão é total, os portos de norte a sul estão todos paralisados hoje, quando os Portos de Leixões e de Sines funcionaram com bastante força no ano passado. No sector público a greve abrange muita gente. Nos transportes o Metro de Lisboa fechou e os transportes do Porto foram fortemente afectados, o que não aconteceu no ano passado. A adesão é extremamente significativa nos transportes urbanos. Além dos transportes veja-se as empresas privadas como a Autoeuropa", descreveu o líder da UGT.

"A adesão é superior à do ano passado", disse João Proença, apesar de considerar que "era bom que se mudasse de números: numa greve não se mede o número de grevistas, mas o número de pessoas que estão a trabalhar, porque no próprio dia os empregadores não têm noção dos trabalhadores que estão em greve".

Questionado sobre os incidentes que decorreram hoje, nomeadamente o ataque com 'cocktails molotov' a duas repartições de finanças em Lisboa, João Proença afirmou que "provocadores há sempre" e que "comparada com outros países [a greve] tem corrido sem incidentes".

Ainda assim, o líder da UGT sublinhou que "o direito ao trabalho é fundamental mas o direito à greve também".

No entanto, em Lisboa, João Proença tem "sérias dúvidas" de que o direito à greve esteja a ser respeitado pelas empresas, nomeadamente no caso da Carris.

"O tribunal fixou 50% dos trabalhadores em 13 carreiras. A empresa não tem o direito a utilizar nenhum trabalhador afecto aos serviços mínimos tendo trabalhadores disponíveis para fazer o trabalho. Se no total da empresa ultrapassou 50% das 13 carreiras cometeu uma violação grave do direito à greve", afirmou.

Também o secretário-geral de CGTP, Carvalho da Silva, destacou hoje a "elevadíssima e diversificada" adesão dos trabalhadores à greve geral, maior do que há um ano, alertando para o facto de se estar perante um "profundo e perigosíssimo retrocesso social" .

"A adesão é diversificada. Visitamos muitos locais, caso do principal parque de produção industrial do país, em Palmela, onde está instalada a Autoeuropa e outras empresas, sendo a adesão [à greve] elevadíssima, maior do que há um ano, e isso é um sinal importante", disse à agência Lusa líder da CGTP.

O líder da CGTP realçou ainda que "há adesões diversas" pelo país: "Os portos não estão a funcionar, a aviação civil, o metropolitano, as ligações fluviais, além dos transportes e outros serviços, desde o Minho a outras regiões", havendo igualmente a destacar as "adesões importantes" de empresas privadas.

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