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Actividade económica em Portugal cai para mínimo de 18 meses
O indicador de actividade económica registou uma queda em Agosto, atingindo o valor mais baixo desde Fevereiro de 2004, devido a uma desaceleração verificada nos sectores da construção e dos serviços, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE)
O indicador de actividade económica registou uma queda em Agosto, atingindo o valor mais baixo desde Fevereiro de 2004, devido a uma desaceleração verificada nos sectores da construção e dos serviços, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Esta foi a segunda queda mensal consecutiva, depois do indicador ter ficado estável nos meses de Maio e Junho, revela a síntese económica de conjuntura relativa a Setembro, mas que apenas apresenta dados de actividade económica até Agosto.
«Enquanto a indústria recuperou e o comércio estabilizou, tanto a construção e os serviços registaram degradações nos respectivos indicadores», explica o INE no relatório.
O indicador de clima económico, que pretende aferir as expectativas para a economia, estabilizou no mês de Setembro, apesar de se manter negativo, segundo a mesma fonte.
«O indicador de clima com informação até Setembro interrompeu o movimento descendente dos meses anteriores, tendo a estabilização sido resultado da compensação entre a recuperação da indústria e a deterioração nos serviços e na construção», diz o INE.
Confiança dos consumidores agravou-se em vésperas de eleições autárquicas
O indicador da confiança dos consumidores apresentou, em Setembro, o valor mais baixo de, pelo menos, Março passado. Nas tabelas do INE, são apresentados dados mensais em retrospectiva apenas até aquele mês.
O mês de Setembro foi aquele em que decorreu o período de pré-campanha para as eleições autárquicas e foram apresentados os anúncios de candidaturas às presidenciais por parte Manuel Alegre, como independente, e de Mário Soares, pelo Partido Socialista. As eleições locais acabaram por se realizar a 9 de Outubro.
O indicador do consumo reforçou, no mês do Agosto a desaceleração verificada em Julho, situando-se, mesmo assim, em níveis superiores aos verificados em Abril e Maio passados, bem como acima à média verificada ao longo de 2004.
«Este abrandamento está directamente relacionado com a diluição do efeito temporário de forte concentração de compras de bens duradouros efectuadas no mês de Junho e que em termos trimestrais se prolongou até à informação de Agosto», explica o instituto.
A forte corrida à compra de bens duradouros, como automóveis, verificou-se como resultado da antecipação de decisões de compra à introdução de um aumento de 2 pontos percentuais do IVA, de 19% para 21%, que teve efeitos a partir de Julho.