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25 Novembro: Pedro Nuno acusa direita de tentar apropriar-se de data para a qual "fez pouco"

De acordo com Pedro Nuno Santos, "a direita radical foi também derrotada no 25 de Novembro" de 1975 e quem integra o partido liderado por André Ventura faz parte da "direita radical que foi derrotada" naquela data.

Filipe Amorim / Lusa
25 de Novembro de 2024 às 14:08
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O líder do PS acusou esta segunda-feira a direita de, na sessão do 25 de Novembro, ter tentado apropriar-se de "uma data para a qual fez pouco ou mesmo nada", considerando que o discurso do Chega desrespeitou Abril.

Pedro Nuno Santos falou aos jornalistas no final primeira sessão solene comemorativa do 25 de Novembro, que decorreu no parlamento, considerando que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez um "discurso factual, mais próximo da verdade" no qual ressalvou o "papel que o PS e Mário Soares tiveram neste processo".

"Hoje, a direita tentou apropriar-se de uma data para a qual fez pouco ou mesmo nada. O 25 de Novembro, no plano militar, foi liderado por Melo Antunes, pelo Grupo dos Nove e por Ramalho Eanes, e no plano político, como todos sabem, pelo PS, sob a liderança de Mário Soares", salientou.

Segundo o secretário-geral do PS, o discurso do líder do Chega, André Ventura, na sessão solene "não honra Abril, antes pelo contrário, desrespeita Abril".

De acordo com Pedro Nuno Santos, "a direita radical foi também derrotada no 25 de Novembro" de 1975 e quem integra o partido liderado por André Ventura faz parte da "direita radical que foi derrotada" naquela data.

"Não podem apropriar-se de uma data para o qual contribuíram zero ou muito pouco e na qual foram mesmo parte deles derrotados", defendeu.

Questionado sobre o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do PS identificou "um discurso factual, mais próximo da verdade".

"Para nós, que não temos nenhum problema com o 25 de Novembro, antes pelo contrário - porque somos no plano político o partido que o liderou - o 25 de novembro será também uma oportunidade para nós, para o PS não apenas celebrar a consolidação da democracia, mas celebrar também Abril", enfatizou.

Sublinhando que o PS não tem "nenhum problema com esta sessão neste momento", Pedro Nuno Santos enfatizou que "não existe uma equiparação entre o 25 de Novembro e o 25 de Abril".

"O 25 de Novembro é uma data muito importante, o PS tem muito orgulho do papel, do papel do secretário-geral do PS nesse momento. Agora a data maior do nosso processo de democratização é o 25 de Abril que deu a oportunidade para que nós tivéssemos várias datas, entre elas o 25 de Novembro", apontou.

Na sua intervenção na sessão solene evocativa do 25 de Novembro de 1975, André Ventura considerou que, se há 49 anos o país estava "debaixo da ameaça de uma ditadura soviética", hoje vive com "a ameaça da imigração descontrolada" e fez uma associação entre os imigrantes e violações de mulheres, dizendo que esses crimes estão a aumentar mas como "são cometidos por imigrantes", olha-se para o lado.

Durante a intervenção, alguns deputados do PS saíram da sala e voltaram a entrar apenas para o discurso seguinte, precisamente para o do PS pela voz Pedro Delgado Alves.

 

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