Notícia
Legislativas: Catarina Martins diz que é preciso "acordo forte condicionado à esquerda"
Na perspetiva da líder do BE, importa saber "se tem sentido esta governação sem um horizonte e sem um compromisso, ou seja, em que se faz um acordo aqui outro acolá".
18 de Novembro de 2021 às 07:45
A coordenadora do BE, Catarina Martins, criticou esta noite a "má solução" de governação escolhida pelo PS em 2019 por não ter horizonte, considerando que depois das próximas eleições o país precisa de "um acordo forte condicionado à esquerda".
Na Grande Entrevista da RTP3, transmitida quarta-feira ao final da noite, Catarina Martins foi questionada sobre as soluções de governabilidade depois das eleições legislativas antecipadas de janeiro do próximo ano, concretamente sobre se entendia que estava a ser criada "uma atmosfera para uma solução central".
Na perspetiva da líder do BE, importa saber "se tem sentido esta governação sem um horizonte e sem um compromisso, ou seja, em que se faz um acordo aqui outro acolá", considerando que foi isso "que o PS fez desde 2019 até agora" e que essa opção foi "um erro".
"O Bloco de Esquerda vai para estas eleições com toda a disponibilidade, mas também com muita determinação. O país precisa sim de um acordo forte e um acordo forte condicionado à esquerda para recuperar os rendimentos do trabalho, o SNS, os serviços públicos fundamentais, para ter uma estratégia climática e para isso é preciso clareza", defendeu.
Para Catarina Martins é preciso "clareza nas propostas agora e clareza nas soluções no dia seguinte" às eleições.
No início da legislatura que agora vai terminar com a dissolução do parlamento, o PS, segundo a coordenadora bloquista, recusou o acordo proposto então pelo BE e optou por "uma má solução" que foi estar "estes dois anos a negociar quase sempre com a direita e depois a pedir à esquerda para viabilizar orçamentos não negociados".
"Não é só instável do ponto de vista parlamentar, é uma má solução para o país porque deixa de haver uma estratégia, deixamos de perceber para onde é que estamos a caminhar", condenou.
Questionada sobre se está mais próxima de Pedro Nuno Santos, quando disse que a geringonça não foi um parêntesis na política portuguesa, do que de Jerónimo de Sousa que disse que tal como existiu a geringonça não voltará, a líder do BE começou por responder que os comunistas, "enquanto houve um acordo", fizeram o percurso que os bloquistas fizeram.
"Temos as nossas diferenças, mas em tantas outras matérias temos posições convergentes. Acho essa convergência muito importante. Tenho a convicção de que não faltará vontade à esquerda de criar soluções para o país. É sobre elas que o Bloco de Esquerda trabalhará, com quem quiser, mas tenho a convicção de que haverá essa vontade", afirmou.
Sobre o cenário de, tal como em Espanha, haver ministros do BE num Governo do PS, Catarina Martins foi perentória: "não é isso que nos move. Assumiríamos todas as responsabilidades que as eleições determinarem. É por isso que um partido se apresenta a eleições".
Perante a insistência na pergunta, a líder bloquista afirmou que essa hipótese só se colocaria "numa relação de forças que o justificasse", mas ressalvou que "não é por estar ou não no Governo que há falta de acordo".
"Nós tivemos um acordo entre 2015 e 2019 e o Governo minoritário do PS teve todas as condições para governar ao mesmo tempo que melhorávamos as condições de trabalho, que lutávamos pela lei de bases de saúde, pelo fim do fator de sustentabilidade para tantas pensões", referiu, considerando que os cargos não são a questão central para o partido que dirige.
JF//RBF
Lusa/fim
Na Grande Entrevista da RTP3, transmitida quarta-feira ao final da noite, Catarina Martins foi questionada sobre as soluções de governabilidade depois das eleições legislativas antecipadas de janeiro do próximo ano, concretamente sobre se entendia que estava a ser criada "uma atmosfera para uma solução central".
"O Bloco de Esquerda vai para estas eleições com toda a disponibilidade, mas também com muita determinação. O país precisa sim de um acordo forte e um acordo forte condicionado à esquerda para recuperar os rendimentos do trabalho, o SNS, os serviços públicos fundamentais, para ter uma estratégia climática e para isso é preciso clareza", defendeu.
Para Catarina Martins é preciso "clareza nas propostas agora e clareza nas soluções no dia seguinte" às eleições.
No início da legislatura que agora vai terminar com a dissolução do parlamento, o PS, segundo a coordenadora bloquista, recusou o acordo proposto então pelo BE e optou por "uma má solução" que foi estar "estes dois anos a negociar quase sempre com a direita e depois a pedir à esquerda para viabilizar orçamentos não negociados".
"Não é só instável do ponto de vista parlamentar, é uma má solução para o país porque deixa de haver uma estratégia, deixamos de perceber para onde é que estamos a caminhar", condenou.
Questionada sobre se está mais próxima de Pedro Nuno Santos, quando disse que a geringonça não foi um parêntesis na política portuguesa, do que de Jerónimo de Sousa que disse que tal como existiu a geringonça não voltará, a líder do BE começou por responder que os comunistas, "enquanto houve um acordo", fizeram o percurso que os bloquistas fizeram.
"Temos as nossas diferenças, mas em tantas outras matérias temos posições convergentes. Acho essa convergência muito importante. Tenho a convicção de que não faltará vontade à esquerda de criar soluções para o país. É sobre elas que o Bloco de Esquerda trabalhará, com quem quiser, mas tenho a convicção de que haverá essa vontade", afirmou.
Sobre o cenário de, tal como em Espanha, haver ministros do BE num Governo do PS, Catarina Martins foi perentória: "não é isso que nos move. Assumiríamos todas as responsabilidades que as eleições determinarem. É por isso que um partido se apresenta a eleições".
Perante a insistência na pergunta, a líder bloquista afirmou que essa hipótese só se colocaria "numa relação de forças que o justificasse", mas ressalvou que "não é por estar ou não no Governo que há falta de acordo".
"Nós tivemos um acordo entre 2015 e 2019 e o Governo minoritário do PS teve todas as condições para governar ao mesmo tempo que melhorávamos as condições de trabalho, que lutávamos pela lei de bases de saúde, pelo fim do fator de sustentabilidade para tantas pensões", referiu, considerando que os cargos não são a questão central para o partido que dirige.
JF//RBF
Lusa/fim