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PSD acusa MAI de “desfaçatez, desconhecimento e falta de respeito” para com polícias
O ministro Eduardo Cabrita afirmou que os polícias compram equipamento do seu bolso porque querem. O PSD considerou as declarações "lamentáveis".
O grupo parlamentar do PSD repudiou este domingo, 19 de janeiro, as declarações do ministro da Administração Interna, que afirmou que os polícias compram equipamento do seu bolso porque querem, acusando Eduardo Cabrita de "desfaçatez, falta de respeito e desconhecimento".
Em causa estão declarações do ministro numa entrevista hoje divulgada ao Diário de Notícias e à TSF, na qual Eduardo Cabrita é questionado sobre as notícias que dão conta de agentes policiais "que compram equipamento de proteção do seu próprio bolso".
"Compram porque o querem e não têm nenhuma necessidade de o fazer. É preciso dizê-lo com toda a transparência. Há matérias que são diferentes, que são fardamento, em que há um subsídio. Mas o que é considerado como necessário pelos comandos é aquilo que é atribuído", respondeu Eduardo Cabrita.
Em nota enviada à Lusa, o grupo parlamentar do PSD "repudia" estas declarações, considerando que "revelam desfaçatez, falta de respeito pelas forças de segurança e um desconhecimento atroz da realidade que estas forças enfrentam".
"Dizer que os polícias só compram material porque querem é troçar de quem lida no dia a dia com esta evidência, é negar a falta de equipamentos suficientes e de qualidade, e é uma tentativa despudorada de manipulação da opinião pública", criticam os sociais-democratas, acusando Eduardo Cabrita de revelar "falta de sentido de Estado e de responsabilidade que o cargo que ocupa exigem".
Na nota, o grupo parlamentar do PSD considera que o recente debate na especialidade do Orçamento do Estado com o ministro da Administração Interna confirmou "a necessidade de garantir meios, equipamentos e pessoal nas forças de segurança".
"As lamentáveis declarações de hoje do MAI desmentem as declarações das forças de segurança e são atentatórias do decoro e do sentido de verdade com que deve exercer o seu cargo", refere.
No debate no parlamento, na quarta-feira, o ministro da Administração Interna anunciou o recrutamento de cerca de 10 mil elementos para as forças e serviços de segurança até 2023 no âmbito do plano plurianual da admissão.
O governante precisou que estas admissões serão feitas "em função das saídas previstas" e "das alterações do modelo operacional", destacando que as polícias vão ter "programado atempadamente aquilo que são as necessidades de contratação".