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10 perguntas sobre o seu carro

Quanto vai custar ter um carro? Impostos, portagens, combustíveis, inspecções e seguros, são alguns dos temas analisados.

30 de Dezembro de 2011 às 12:00
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1. Ter um carro novo vai custar mais?
Em algumas categorias de automóveis mais que noutras, sim. A aquisição de carro novo vai implicar o desembolso de mais dinheiro em 2012.

A principal razão prende-se com o agravamento fiscal previsto para 2012, em sede de Imposto Sobre Veículos (ISV). De acordo com os números divulgados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), o ISV vai sofrer um "aumento médio de 76,1%", sendo que os veículos mais afectados serão os denominados veículos derivados de passageiros (de dois lugares), casos em que o agravamento fiscal será de 91%. "Nestes casos vai ocorrer uma retracção absoluta da procura", adiantou ao Negócios, Hélder Pedro, secretário geral da ACAP.

As diferenças ao nível do preço final poderão chegar aos 16% no caso de veículos comerciais de duas portas e de carrinhas de caixa aberta, uma vez que eram veículos que estavam sujeitos a isenções que terminam. No caso dos veículos ligeiros de passageiros as subidas não serão tão significativas. Segundo Hélder Pedro, "deverá rondar 1,5%".

2. O "selo do carro" vai subir de preço?
A propriedade de um veículo automóvel vai encarecer em 2012, por via da subida do Imposto Único de Circulação (IUC), anteriormente conhecido como "selo do carro".

A proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano estabelece subidas deste imposto, com particular incidência na componente ambiental (o imposto é constituído por uma componente ambiental e uma componente de cilindrada), medida pelas emissões de CO2.

Os automóveis mais poluentes serão, assim, mais castigados em sede IUC em 2012 do que aquilo que se verifica presentemente.

Este imposto terá um aumento mínimo de 3,83%, considerando um veículo de até 1.250 centímetros cúbicos de cilindrada que emita até 120 gramas de CO2 por quilómetro.

Por seu turno, os veículos de alta cilindrada sofrerão aumentos maiores. O valor de IUC a pagar sofreu um incremento de 7,5% em 2012, supondo um automóvel de mais de 2.500 de cilindrada e mais de 250 gramas de CO2.

3. Qual será o aumento das portagens?
Circular nas auto-estradas, durante 2012, ano em que todas as vias estarão portajadas, vai custar mais 4%, em média. Este aumento explica-se pela indexação da evolução dos preços das portagens à taxa de inflação até Outubro.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, a taxa de inflação homóloga em Outubro cifrou-se nos 4,36%, valor que servirá de referência às concessionárias de auto-estradas para a fixação dos novos preços de 2012. Contudo, os aumentos podem ser ligeiramente menores, em torno dos 4%, tendo em conta a fórmula de cálculo definida por lei. Uma subida face aos pouco mais de 2% verificados em 2011.

No próximo ano, todas as auto-estradas terão de ser pagas por quem circular nas vias, uma vez que as SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) acabaram. Para circular nestas vias, os veículos que ainda não têm Via Verde ou um sistema de pagamento equivalente, terão de adquirir o respectivo aparelho ou optar pelas outras modalidades de pagamento avulso.

4. Será preciso mais dinheiro para atestar o carro?
A resposta curta e directa é não. Não é expectável que, no final de 2012, o preço dos combustíveis esteja mais alto do que no final deste ano. Esse facto não invalida que, durante o próximo ano, ocorra alguma volatilidade nos preços da gasolina e do gasóleo. De qualquer forma a expectativa é de que o petróleo se mantenha próximo dos níveis actuais.

Os preços da matéria-prima estão a sofrer influências opostas e simultâneas que deverão fazer com que o preço do petróleo não sofra correcções significativas. Se a procura na Ásia, as tensões geopolíticas e a vontade da Organização dos Países Exportadores de Petróleo em manter os preços em torno dos 100 dólares "puxam" o preço para baixo, as fracas perspectivas económicas na Europa e o crescimento tímido dos EUA, provocam o efeito contrário.

Em entrevista recente ao Negócios, o secretário geral da APETRO, referiu que "a concorrência entre as gasolineiras vai ser mais agressiva" em 2012. Esse facto poderá jogar a favor dos consumidores.

5. Fiscalização na estrada vai aumentar?
Em 2012, o controlo do respeito pelas normas do Código da Estrada vai aumentar. A necessidade crescente de aumentar as receitas do Estado, faz com que as multas e coimas resultantes de infracções ao Código da Estrada aumentem em número e, consequentemente, em valor total a ser arrecadado pelo Estado português.

Para 2012, o Governo prevê arrecadar 90,6 milhões de euros em receitas provenientes deste tipo de coimas. O valor é significativamente mais alto do que o inscrito no orçamento do Estado para 2011, que se ficava pelos 57,8 milhões de euros - uma subida de 56,6% de um ano para o outro.

Assim, para 2012, antecipa-se uma fiscalização mais apertada por parte das entidades fiscalizadoras, assim como um reforço do esforço de cobrança das receitas provenientes de infracções rodoviárias.

Em 2012, conduzir um veículo vai exigir maior conhecimento das regras da estrada e, mais importante, maior respeito por essas mesmas regras.

6. Vai ter que pôr mais moedas no parquímetro?
A reestruturação tarifária que entrou em vigor em Julho passado deverá fazer com que as tarifas não subam durante o próximo ano.

O novo regulamento da Empresa Pública Municipal de Mobilidade e Estacionamento (EMEL), aprovado em Maio passado e cuja vigência iniciou-se em Julho, criou três zonas de estacionamento na cidade, a verde (baixa rotação de estacionamento), amarela (rotação média) e vermelha (grande rotatividade). Além de aumentar os preços nos dois últimos eixos, o estacionamento passa a estar limitado a duas horas na zona vermelha. Face a esta reestruturação por parte da EMEL, a expectativa é que a empresa não faça subir as suas tarifas nos tempos mais próximos.

Já a Emparque, contactada pelo Negócios, adiantou que a decisão de revisão das tarifas não está ainda tomada. Essa decisão "apenas será tomada em Março, para ser aplicada em Abril", adiantou. A mesma fonte afirmou não estar ainda em condições de revelar se haverá ou não subida das tarifas.

7. O valor da factura do arranjo do carro vai subir?
"Não acreditamos na subida de preços". Quem o diz é o secretário geral da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA). Jorge Neves da Silva lembrou ao Negócios que o mercado da reparação automóvel é "um mercado muito concorrencial" e os associados da ANECRA "sabem que não há dinheiro".

Neves da Silva lembra que na conjuntura actual em que "o rendimento das famílias está a baixar", a tendência é a de "adiar sistematicamente a reparação" do automóvel.

Assim sendo, o representante do sector refere que a principal preocupação dos reparadores automóveis neste momento passa por "aumentar e melhorar a qualidade do serviço prestado" por forma a "fidelizar os clientes existentes e, se possível, aumentar o número de clientes".

Nesse sentido, adianta Jorge Neves da Silva, "não é expectável" que venham a ocorrer aumentos de preços no sector da reparação automóvel durante o ano de 2012.

8. A inspecção periódica vai ficar mais cara?
O valor a pagar pela inspecção periódica obrigatória deverá aumentar. O aumento não deriva de qualquer agravamento especificamente direccionado à actividade, mas antes da indexação à taxa de inflação.

As tarifas devidas pela realização das inspecções periódicas são actualizadas anualmente através de portaria publicada pelo Ministério da Economia. A portaria relativa à actualização para 2012 ainda não foi publicada, mas segundo adiantou ao Negócios o secretário-geral da ANECRA, Jorge Neves da Silva, "não deverá andar longe da taxa de inflação que está nos 4%".

Contactada pelo Negócios, fonte da Controlauto (empresa responsável pela realização das inspecções periódicas) adiantou não ter "ainda qualquer indicação do Governo, seja no sentido da subida ou da descida" das tarifas.

Assim sendo, a expectativa é que ocorram subidas nas tarifas devidas pela inspecção periódica, sendo que essa subida deverá andar à volta dos 4% - valor da taxa de inflação.

9. Preços de aluguer de automóveis vão aumentar?
Os preços de aluguer de automóveis poderão sofrer agravamentos consoante a dimensão da empresa em causa. As cadeias internacionais de "rent-a-car", como é o caso da Avis, deverão manter, em 2012, os preços que praticam actualmente, fruto da sua dimensão e consequente capacidade de absorver os custos que a actual conjuntura está a fazer reflectir no sector.

Já no que toca a empresas de dimensão média ou pequena, não deverá restar alternativa a não ser aumentar os preços. O secretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC), Joaquim Robalo de Almeida, refere que "os preços estão muito em baixa" e que as empresas, tal como estão, "não conseguem ter rentabilidade". Robalo de Almeida lembra que o agravamento fiscal previsto para os automóveis faz encarecer "a matéria-prima das empresas de 'rent-a-car'". Sobre se a subida dos preços é inevitável, Robalo de Almeida não tem dúvidas: "não haverá alternativas se nos queremos manter vivos".

10. Protecção contra acidentes será agravada?
Nos últimos meses, vários responsáveis de companhias de seguros têm defendido a necessidade de o mercado aumentar os preços dos seguros automóvel. Isto porque, até pelo menos ao final de 2010, a luta pela conquista de quota de mercado levou a uma redução dos custos associados a este tipo de protecção. Ao longo deste ano, a tendência terá começado a inverter-se, já que as seguradoras terão procurado compensar a perda de rentabilidade deste segmento de negócio que resultou do esmagamento de preços motivado pela concorrência.

Em 2012, algumas companhias deverão continuar a aumentar os prémios do seguro automóvel, até para compensar as iniciativas que os clientes estão a adoptar para tentarem reduzir a sua factura com este tipo de protecção. Nos últimos meses, o mercado começou a sentir uma redução nas coberturas contratadas pelos segurados. Outro dos motivos que pode levar o sector a subir preços resulta do aumento das exigências de supervisão a que está sujeito.
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