Notícia
Marcelo condecora Sophia de Mello Breyner com alto grau concedido a chefes de Estado
O Presidente da República condecorou esta quarta-feira, a título póstumo, a escritora e poeta Sophia de Mello Breyner Andresen com o Grande-Colar da Ordem de Sant'Iago da Espada, um alto grau concedido a chefes de Estado estrangeiros.
06 de Novembro de 2019 às 22:12
Marcelo Rebelo de Sousa anunciou esta condecoração numa intervenção que antecedeu um concerto comemorativo do centenário do aniversário do nascimento de Sophia de Mello Breyner, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.
"Entende o Presidente da República que merece a honra excecional da atribuição do Grande-Colar da Ordem de Sant'Iago da Espada - desse modo ficando a ser, simbolicamente, a primeira mulher portuguesa e a primeira mulher não chefe de Estado a receber tal grau superlativo", assinalou o chefe de Estado.
No dia em que Sophia de Mello Breyner completaria 100 anos, o Presidente da República entregou as insígnias à filha da escritora Maria Andresen Sousa Tavares, em representação da família, e que preside à comissão organizadora deste centenário.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que ao longo destes cem anos se assistiu "à presença constante de Sophia", que é lida hoje como era no século passado, "sempre rodeada de unanimidade".
"Isso mesmo se traduziu no facto singular de ser o único escritor do nosso tempo acolhido, e acolhido também unanimemente, no Panteão Nacional", salientou.
Segundo o Presidente da República, "mais do que homenagear um poeta, importará reconhecer os seus poemas, reconhecer que continuam presentes, agradecer a sua importância".
"Não há nenhuma homenagem mais decisiva do que essa, descobrir que um escritor que viveu e escreveu num tempo situado, limitado, continua vivo noutros tempos, noutras circunstâncias", considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa descreveu os textos de Sophia de Mello Breyner como "lapidares, mas densos, luminosos, mas atentos às sombras, laboriosamente escritos, mas quase naturais, como se fossem ditados ou ouvidos".
"E ao mesmo tempo são poemas inequívocos na recusa das águas turvas das palavras ocas, da poesia como jogo verbal arcádico, técnico, em circuito fechado, sem referência ao mundo, ao mundo visível e ao mundo invisível", acrescentou.
O Grande-Colar da Ordem Militar Sant'Iago da Espada é o mais alto grau desta ordem e é concedido pelo Presidente da República a chefes de Estado estrangeiros, podendo também ser atribuído a "pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção", lê-se no portal das ordens honoríficas portuguesas na internet.
Em 1999, o então Presidente da República Jorge Sampaio, tendo requerido um decreto-lei especial de autorização, concedeu o Grande-Colar desta ordem a José Saramago, quando foi atribuído ao escritor português o Prémio Nobel da Literatura pela Academia Sueca.
A Ordem Militar de Sant'Iago da Espada destina-se a distinguir o mérito literário, científico e artístico.
Sophia de Mello Breyner, que morreu em 2004, aos 84 anos, foi condecorada em vida com o grau de Grande Oficial e com a Grã-Cruz desta ordem, em 1981 e 1998, respetivamente, tendo também recebido, em 1987, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
"Entende o Presidente da República que merece a honra excecional da atribuição do Grande-Colar da Ordem de Sant'Iago da Espada - desse modo ficando a ser, simbolicamente, a primeira mulher portuguesa e a primeira mulher não chefe de Estado a receber tal grau superlativo", assinalou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que ao longo destes cem anos se assistiu "à presença constante de Sophia", que é lida hoje como era no século passado, "sempre rodeada de unanimidade".
"Isso mesmo se traduziu no facto singular de ser o único escritor do nosso tempo acolhido, e acolhido também unanimemente, no Panteão Nacional", salientou.
Segundo o Presidente da República, "mais do que homenagear um poeta, importará reconhecer os seus poemas, reconhecer que continuam presentes, agradecer a sua importância".
"Não há nenhuma homenagem mais decisiva do que essa, descobrir que um escritor que viveu e escreveu num tempo situado, limitado, continua vivo noutros tempos, noutras circunstâncias", considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa descreveu os textos de Sophia de Mello Breyner como "lapidares, mas densos, luminosos, mas atentos às sombras, laboriosamente escritos, mas quase naturais, como se fossem ditados ou ouvidos".
"E ao mesmo tempo são poemas inequívocos na recusa das águas turvas das palavras ocas, da poesia como jogo verbal arcádico, técnico, em circuito fechado, sem referência ao mundo, ao mundo visível e ao mundo invisível", acrescentou.
O Grande-Colar da Ordem Militar Sant'Iago da Espada é o mais alto grau desta ordem e é concedido pelo Presidente da República a chefes de Estado estrangeiros, podendo também ser atribuído a "pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção", lê-se no portal das ordens honoríficas portuguesas na internet.
Em 1999, o então Presidente da República Jorge Sampaio, tendo requerido um decreto-lei especial de autorização, concedeu o Grande-Colar desta ordem a José Saramago, quando foi atribuído ao escritor português o Prémio Nobel da Literatura pela Academia Sueca.
A Ordem Militar de Sant'Iago da Espada destina-se a distinguir o mérito literário, científico e artístico.
Sophia de Mello Breyner, que morreu em 2004, aos 84 anos, foi condecorada em vida com o grau de Grande Oficial e com a Grã-Cruz desta ordem, em 1981 e 1998, respetivamente, tendo também recebido, em 1987, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.