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Criadores do Woodstock querem exportar festival para outros países

O novo festival contará com uma área "Goodstock" onde os participantes podem interagir com a organização, como o grupo de controlo de armas March for Our Lives, o registo de eleitores sem fins lucrativos Head Count e a organização ambiental Conservation International.

Bloomberg
01 de Maio de 2019 às 13:00
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Foi o verão do amor, não do lucro. Em 1969, Michael Lang, de 74 anos, os seus sócios na Woodstock Ventures tiveram um prejuízo de 1,3 milhões de dólares no festival original de Woodstock. "O dinheiro não era a minha motivação", revelou durante uma recente entrevista no centro de Woodstock, em Nova Iorque. "Estava tão emocionado com o que tinha acontecido. Porque foi o que imaginámos. Só esteroides. E ácidos".

 

Hoje, no entanto, Lang é um homem de negócios mais esperto. Quando o Woodstock se aproxima do seu 50.º aniversário, com um festival de três dias marcado para agosto em Watkins Glen, em Nova Iorque, Lang também planeia uma expansão global com financiamento e assistência de marketing da Dentsu Aegis Network, uma subsidiária do gigante da publicidade japonesa Dentsu. O novo Woodstock será realizado num país diferente a cada ano, e Lang diz que já conversou com o Japão, o Brasil e Espanha.

 

"O meu plano não era começar um festival anual de Woodstock. Há festivais suficientes", disse Lang. Mas, a venda de tais eventos é um grande negócio. O Coachella faturou mais de 100 milhões de dólares pela primeira vez em 2017, segundo o Billboard Boxscore, e o Desert Trip de 2016 arrecadou 160 milhões de dólares em dois fins de semana.

 

O novo festival contará com uma área "Goodstock" onde os participantes podem interagir com a organização, como o grupo de controlo de armas March for Our Lives, o registo de eleitores sem fins lucrativos Head Count e a organização ambiental Conservation International.

 

Embora a venda da contracultura de Woodstock sempre tenha sido parte do complexo industrial hippie, alguns não gostam tanto da ideia e adotam uma visão mais cínica.

 

George Howard, professor associado de negócios e administração de música na Berklee College of Music, dá mais crédito ao primeiro evento. "O Woodstock original foi um evento muito orientado para um propósito", disse. "Os eventos subsequentes tentaram produzir esse propósito".

 

Mas nem tudo tem sido fácil para o novo festival. Confirmar alguns talentos tem sido complicado. Lang tentou trazer Bruno Mars para fazer um tributo a Sly, mas o artista não estava disponível. E a sua tentativa de convencer Lady Gaga não teve sucesso depois do enorme sucesso de "Nasce uma Estrela". El Lang conseguiu Jay-Z e Miley Cyrus, bem como astros do Woodstock original, como Carlos Santana. Lang disse que os ingressos vão custar cerca de 450 dólares e foram originalmente colocados à venda no dia 22 de abril.

 

Há também um concorrente digno. O Centro de Artes Bethel Woods, situado nos terrenos originais do festival, tem uma programação de aniversário com Ringo Starr e Santana. Lang culpou a Live Nation por apresentar o espetáculo do Bethel Woods como um evento rival, e diz que enviou uma carta de desistência aos organizadores.

 

"Como guardiões do local histórico do festival de Woodstock de 1969, planeamos eventos comemorativos há mais de dois anos, dos quais a Woodstock Ventures está ciente", disse Darlene Fedun, presidente do Bethel Woods. A responsável negou ter recebido uma carta de desistência para o Woodstock 50.

 

(Texto original: Woodstock Creators Hope to Export Festival to Other Countries)

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