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Trabalho remoto permite viagens épicas em pandemia
Sem filhos, hipoteca ou escritórios que os prendam, alguns americanos têm saltado de cidade em cidade em busca de novos cenários e espaços abertos.
Para alguns, uma pandemia não é o momento ideal para viajar. No entanto, para alguns jovens nos Estados Unidos, é o momento perfeito.
Durante o verão no hemisfério norte, Bret Collazzi e a noiva Di Gao decidiram cancelar o contrato de arrendamento do apartamento em Nova Iorque, comprar um carro e passar o futuro previsível a viajar pelo país enquanto trabalhavam remotamente. Primeiro passaram algumas semanas em Catskills, e o plano para o outono é conduzir de Nova Iorque até Seattle, depois seguir para cidades na Califórnia, Texas e voltar pelo Louisiana.
"Sempre conversámos sobre como seria viver em outros lugares, mas nunca tivemos a coragem de simplesmente agir e mudar", disse Collazzi, de 36 anos, consultor de desenvolvimento económico. "Nunca parecia o momento certo para fazer isso. Que melhor época para testar como é estar em todas essas cidades de que sempre falámos?".
Sem filhos, hipoteca ou escritórios que os prendam, alguns americanos têm pulado de cidade em cidade em busca de novos cenários e espaços abertos.
A impulsionar essa tendência estão alguns grandes empregadores que só esperam o retorno dos funcionários ao longo de 2021. Embora alguns bancos de Wall Street já pressionem as equipas para voltarem aos escritórios, grandes empresas de tecnologia, como Google, da Alphabet, Facebook e Amazon.com estenderam as políticas de teletrabalho - e algumas até tornaram o acordo permanente.
Pessoas como Collazzi, que podem trabalhar remotamente, descobrem que as restrições impostas às viagens internacionais estimulam o turismo doméstico.
Mais de 34% das pessoas substituíram parte ou todo o trabalho presencial pelo remoto de 2 a 14 de setembro, de acordo com a pesquisa Household Pulse Survey, do Censo dos EUA. Pessoas com empregos de baixa remuneração normalmente não tinham a mesma flexibilidade dos que ganham mais: mais de 61% das famílias que recebem mais de 100 mil dólares por ano disseram que puderam substituir o teletrabalho por algum trabalho presencial, em comparação com 25% das famílias que ganham menos de 100 mil dólares.