O Governo quer tornar obrigatória a instalação da app StayAway Covid em contexto laboral, mas desde que a aplicação de rastreio está em funcionamento foram confirmados mais de 38 mil casos positivos, sendo que apenas 730 pessoas com a app receberam um código de um médico para introduzir e, destes, só 300 o fizeram.

Perto de dois milhões de pessoas já instalaram a aplicação StayAway Covid. Apesar de cerca de 20% da população ter a aplicação já no seu telemóvel, e de terem sido identificados 38.454 novos casos positivos desde o dia 29 de agosto, um dia após o lançamento da StayAway Covid, desde essa altura apenas 730 pessoas infetadas receberam um código de um médico para introduzir na aplicação e só 300 efetivamente o fizeram, segundo dados do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc Tec), citados pelo Público.

De acordo com o jornal, vários utilizadores da aplicação relatam dificuldades e erros. Ao Público, Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), afirma que há "alguma confusão" em volta dos procedimentos e sublinha que, em vez de o código ser gerado pelo médico, é "necessário" e preciso que seja enviado, em vez disso, directamente para a aplicação.

"No caso de quem fez teste, a aplicação deveria ser capaz de detectar o caso positivo", diz, acrescentando que é o próprio médico que pergunta ao doente se este tem a StayAway Covid instalada. "Um dos problemas é que, muitas vezes, temos de ditar este código por telefone porque a pessoa está em casa. Outro é o facto de o código desaparecer depois de algum tempo".