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Rússia anuncia que começará a produzir vacina contra a covid-19 em setembro

Os testes clínicos serão realizados em julho, o registo estatal em agosto e a produção começará em setembro, disse Tatiana Golikova, vice-primeira-ministra da Rússia para Política Social, Trabalho, Saúde e Segurança Social.

56.º Rússia
MAXIM ZMEYEV
13 de Junho de 2020 às 13:14
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O Governo russo anunciou hoje que em setembro começará a produzir em grandes doses uma vacina contra o novo coronavírus, que causa a doença covid-19, que naquele país já superou meio milhão de casos confirmados.

Os testes clínicos serão realizados em julho, o registo estatal em agosto e a produção começará em setembro, disse Tatiana Golikova, vice-primeira-ministra da Rússia para Política Social, Trabalho, Saúde e Segurança Social, numa conferência de imprensa.

O encarregado da tarefa será o Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamalei, que recebeu o nome de um famoso virologista russo e trabalha em cooperação com o Ministério da Defesa.

A Defesa já havia informado que 50 soldados - 45 homens e cinco mulheres -- ofereceram-se para participar nos ensaios clínicos do Centro de Pesquisa Científica Número 48.

O Governo russo informou que dez centros científicos no país estão atualmente a trabalhar no desenvolvimento de vacinas e medicamentos para combater esta doença, incluindo a Universidade Estadual de Moscovo.

No final de maio, o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que o Governo acelerasse a produção da vacina contra o novo coronavírus.

O diretor do centro de Gamalei, Alexandr Gintsburg, explicou que a instituição prepara uma vacina de vetor com base no ADN de um adenovírus do tipo SARS-CoV-2.

Segundo o cientista, a vacina já foi experimentada não oficialmente com a ajuda de voluntários do próprio centro e todos os pacientes estão bem e desenvolveram imunidade ao vírus.

Quanto à pandemia na Rússia, Golikova observou que o aumento no número de infeções foi reduzido em 16 vezes em relação a seu pico, em meados de maio, e 79% das pessoas infetadas já tiveram alta, mas a situação permanece bastante alarmante.

A vice-primeira ministra observou que em mais da metade das regiões (49), já começou a desaceleração, mas alertou que, ao contrário do começo, Moscovo regista pouco mais de 22% do aumento diário de infeções.

"Estou confiante de que todas as regiões sairão (da quarentena) com o máximo cuidado, já que nosso país aguarda importantes desenvolvimentos políticos", afirmou.

A oposição e a imprensa independente acusam o Kremlin de apressar-se em suspender as restrições, uma decisão que se vincula diretamente ao plebiscito constitucional de 01 de julho, da qual depende que Putin possa se candidatar à reeleição em 2024.

O autarca de Moscovo, Sergey Sobianin, apostou desde o início em uma estratégia conservadora, mas de repente suspendeu as restrições nesta semana e permitiu a abertura de pequenas e grandes empresas fora do setor de alimentos.

A Rússia é o terceiro país do mundo com mais casos de covid-19, com 520.129, segundo dados publicados hoje pelas autoridades, enquanto as mortes chegam a 6.829 após o óbito de 114 pessoas nas últimas 24 horas.

A pandemia de covid-19 já provocou quase 423 mil mortos e infetou mais de 7,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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