Notícia
Portugal usa dexametasona para covid-19 mas aguarda mais informações de estudos
Portugal tem e está a usar dexatemasona, eventualmente em casos de covid-19, mas aguarda por "informação mais detalhada" sobre o estudo que considera o medicamento benéfico em infeções mais graves, revelou hoje o presidente do Infarmed.
17 de Junho de 2020 às 16:10
Na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia do novo coronavírus, Rui Santos Ivo, responsável pela Autoridade Nacional do Medicamento, "admitiu" que o medicamento "esteja a ser usado em Portugal em doentes infetados com covid-19", notando ser necessário aguardar pela "análise dos dados" do estudo de Oxford, no Reino Unido.
"A dexametasona é um medicamento comum. Não se dirige especificamente à infeção por covid. O que demonstraram estes estudos, cujos primeiros dados foram divulgados, foi que, em doentes ventilados ou a precisar de oxigénio, com situações inflamatórias mais graves, há um efeito reduzido de mortalidade. É neste tipo de situação que parece que a dexametasona vai ser boa. O medicamento está em utilização no Serviço Nacional de Saúde", afirmou.
De acordo com Rui Santos Ivo, nos primeiros quatro meses do ano, foram usadas em Portugal 200 mil unidades daquele medicamento.
"OS médicos poderão, em situações que considerem que se justifica, optar por esta administração", observou.
O responsável do Infarmed alertou que, relativamente ao tratamento de doentes covid-19, o país deve "aguardar pela análise dos dados" abordados no estudo da Universidade de Oxford.
A intenção, explicou, é conhecer "em detalhe quais as condições consideradas na administração das terapêuticas destes doentes".
Rui Santos Ivo adiantou ainda que a "monitorização regular indica que o medicamento está disponível" em Portugal.
"É uma situação perfeitamente assegurada", disse.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou na segunda-feira que a utilização de dexametasona, medicamento da família dos esteroides, que reduziu significativamente a mortalidade em pacientes seriamente afetados pelo novo coronavírus é um "avanço científico" na luta contra a pandemia.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que este é o "primeiro tratamento comprovado que reduz a mortalidade em pacientes" que apenas conseguem respirar com recurso a um ventilador, citado pela agência France Presse.
"São boas notícias e congratulo o Governo britânico, a Universidade de Oxford e os muitos hospitais e pacientes no Reino Unido que contribuíram para este avanço científico que salvou vidas", acrescentou o responsável.
O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla inglesa) vai começar a utilizar dexametasona para combater a doença provocada pelo SARS-CoV-2, depois de um "grande estudo" que foi feito para encontrar um medicamento eficaz no combate contra a pandemia.
O secretário de Estado da Saúde britânico, Matt Hancock, disse hoje que o NHS está a trabalhar para incluir este medicamento no "tratamento padrão" da covid-19, através de uma publicação na rede social Twitter.
O governante acrescentou que o medicamento já está disponível e que o Reino Unido tem 200.000 tratamentos armazenados e prontos para ser utilizados desde março.
Portugal regista hoje mais um morto relacionado com a covid-19 do que na terça-feira e mais 336 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da DGS.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
ACG (AFE) // HB
Lusa/Fim
"A dexametasona é um medicamento comum. Não se dirige especificamente à infeção por covid. O que demonstraram estes estudos, cujos primeiros dados foram divulgados, foi que, em doentes ventilados ou a precisar de oxigénio, com situações inflamatórias mais graves, há um efeito reduzido de mortalidade. É neste tipo de situação que parece que a dexametasona vai ser boa. O medicamento está em utilização no Serviço Nacional de Saúde", afirmou.
"OS médicos poderão, em situações que considerem que se justifica, optar por esta administração", observou.
O responsável do Infarmed alertou que, relativamente ao tratamento de doentes covid-19, o país deve "aguardar pela análise dos dados" abordados no estudo da Universidade de Oxford.
A intenção, explicou, é conhecer "em detalhe quais as condições consideradas na administração das terapêuticas destes doentes".
Rui Santos Ivo adiantou ainda que a "monitorização regular indica que o medicamento está disponível" em Portugal.
"É uma situação perfeitamente assegurada", disse.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou na segunda-feira que a utilização de dexametasona, medicamento da família dos esteroides, que reduziu significativamente a mortalidade em pacientes seriamente afetados pelo novo coronavírus é um "avanço científico" na luta contra a pandemia.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que este é o "primeiro tratamento comprovado que reduz a mortalidade em pacientes" que apenas conseguem respirar com recurso a um ventilador, citado pela agência France Presse.
"São boas notícias e congratulo o Governo britânico, a Universidade de Oxford e os muitos hospitais e pacientes no Reino Unido que contribuíram para este avanço científico que salvou vidas", acrescentou o responsável.
O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla inglesa) vai começar a utilizar dexametasona para combater a doença provocada pelo SARS-CoV-2, depois de um "grande estudo" que foi feito para encontrar um medicamento eficaz no combate contra a pandemia.
O secretário de Estado da Saúde britânico, Matt Hancock, disse hoje que o NHS está a trabalhar para incluir este medicamento no "tratamento padrão" da covid-19, através de uma publicação na rede social Twitter.
O governante acrescentou que o medicamento já está disponível e que o Reino Unido tem 200.000 tratamentos armazenados e prontos para ser utilizados desde março.
Portugal regista hoje mais um morto relacionado com a covid-19 do que na terça-feira e mais 336 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da DGS.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
ACG (AFE) // HB
Lusa/Fim