Notícia
Portugal foi o sexto país da UE que mais contraiu no final de 2020
A economia portuguesa contraiu 6,1% nos últimos três meses do ano passado, acima da quebra de 4,6% registada na União Europeia. No conjunto do ano, a pandemia "tirou" 6,2% ao PIB da UE.
O ano de 2020, profundamente marcado pela pandemia da covid-19, saldou-se numa forte contração da economia europeia, com o PIB da UE a descer 6,2% e o da Zona Euro a recuar 6,6%, depois do crescimento de 1,6% e 1,3%, respetivamente, em 2019.
Os números foram divulgados esta terça-feira, 9 de março, pelo Eurostat, que dá conta também que, depois do forte crescimento das economias europeias no terceiro trimestre do ano, os últimos três meses de 2020 foram novamente de contração para a grande maioria dos Estados-membros, devido às medidas de restrição impostas para travar a segunda vaga da pandemia.
Assim, no quarto trimestre do ano, o PIB da Zona Euro contraiu 0,7% face aos três meses anteriores, após a recuperação de 12,5% no terceiro trimestre. Na comparação com o período homólogo, ou seja face ao quarto trimestre de 2019, a quebra foi de 4,9%.
Já na União Europeia, o PIB contraiu 0,5% em cadeia, depois do crescimento de 11,6% entre julho e setembro, e 4,6% face ao mesmo período do ano anterior.
Nesta comparação anual, Portugal foi o sexto país da UE com pior desempenho, com o PIB a contrair 6,1%. Com uma travagem maior do que Portugal, só Espanha (-9,1%), Grécia (-7,9%), Croácia (-7,1%), Itália (-6,6%) e Malta (-6,2%).
Olhando para a evolução em cadeia, porém, Portugal registou um desempenho mais positivo do que a média europeia, já que o PIB recuperou ligeiramente (0,2%) face aos três meses anteriores.
O Eurostat detalha que no último trimestre do ano passado, o consumo das famílias caiu 3% na Zona Euro e 2,8% na União Europeia, enquanto a formação bruta de capital fixo aumentou 1,6% na região do euro e 1,3% na UE. As exportações aumentaram 3,5% noa países da moeda única e 3,7% na União europeia, e as importações caíram 4,1% e 4%, respetivamente.
"A despesa de consumo final das famílias contribuiu negativamente para o crescimento do PIB na Zona Euro e na EU, enquanto os contributos da formação bruta de capital fixo e da evolução dos inventários foram positivos", refere o Eurostat. "A contribuição do saldo externo foi ligeiramente negativa para a Zona Euro e neutra para a UE, enquanto as contribuições das despesas finais do governo foram ligeiramente positivas em ambas as zonas".
Pandemia impõe queda de 1,5% do emprego na UE
Os dados revelados pelo Eurostat mostram que a contração da economia em 2020 foi acompanhada por uma diminuição do emprego nos Estados-membros da UE, num período em que grande parte da actividade económica esteve paralisada para conter o vírus.
Depois do crescimento de 1% na UE e 1,2% na Zona Euro, em 2019, o emprego diminuiu 1,5% e 1,6%, respetivamente.
Olhando para os números do quarto trimestre, o emprego até aumentou em ambas as regiões face aos três meses anteriores: 0,4% no bloco regional e 0,3% nos países da moeda única.