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PIB da China contraiu 6,8% no primeiro trimestre, a primeira queda em mais de quatro décadas
A economia chinesa contraiu 6,8% nos primeiros três meses do ano, devido à pandemia do novo coronavírus, uma quebra maior do que o esperado pelos economistas.
Os números revelados esta sexta-feira, 17 de abril, espelham a força com que a pandemia do novo coronavírus atingiu a segunda maior economia do mundo. No primeiro trimestre deste ano, o PIB da China contraiu 6,8%, a primeira quebra desde a segunda metade dos anos 1970.
Ainda que os registos oficiais só tenham começado em 1992, a última quebra homóloga do PIB data de 1976.
Os dados anunciados pelo gabinete de estatística da China são ainda mais negativos do que se esperava, já que a maioria dos analistas apontava para uma contração não superior a 6,5%, de acordo com a Reuters.
Apesar de o país ter sido o primeiro a sofrer o impacto da covid-19, e estar já a ensaiar um regresso à normalidade, a sua economia está fortemente dependente da frágil procura interna na medida em que o resto do mundo ainda está a braços com o controlo da epidemia.
Os números dão conta disso mesmo, com as vendas a retalho a deslizarem 15,8% em março, e o investimento a decrescer 16,1% nos primeiros três meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.
Um sinal mais positivo foi a contração inferior ao esperado da produção industrial, que recuou apenas 1,1% no mês passado, com as fábricas a regressarem ao trabalho depois do confinamento.
Tanto o retalho como a produção industrial registaram melhorias em relação aos primeiros dois meses do ano, sugerindo uma estabilização da atividade económica.
Recorde-se que a economia chinesa foi forçada a paralisar no final de janeiro, quando a epidemia iniciada em Wuhan se espalhou por todo o país. A economia permaneceu fechada durante grande parte de fevereiro, com as fábricas e lojas encerradas e os trabalhadores presos em casa.
O processo de reabertura dos negócios foi lento e a taxa de retorno chegou a cerca de 90% no final de março, estima a Bloomberg Economics.