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Pandemia leva portugueses a comprar mais azeite, lixívia e toalhitas

Estudo da Kantar para a Centromarca revela que as famílias reforçaram a compra de bens alimentares e de produtos de limpeza. As compras online estão a crescer e os carrinhos ficam cada vez mais cheios.

Pedro Catarino/Cofina
17 de Março de 2020 às 14:04
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A corrida dos portugueses aos supermercados intensificou-se em março, mas os efeitos da covid-19 na despensa das famílias já se fez sentir no mês anterior. Um estudo publicado esta terça-feira pela Centromarca, produzido pela Kantar, revela que durante o mês de fevereiro, os gastos no supermercado aumentaram, em média, 13%. Por cada ida às compras, os consumidores gastaram cerca de 39,4 euros.


Ao mesmo tempo, o número de deslocações às superfícies comerciais diminuiu em comparação com o mesmo período do ano passado, em detrimento da escolha pelas compras online. Só em fevereiro, quando os sinais de alerta se intensificaram em Portugal, as compras virtuais aceleraram 13%. Nos dois primeiros meses do ano, os clientes das lojas online gastaram em média 60,5 euros por cada compra.


É de esperar, por isso, que "o momento de forte pressão sobre a cadeia de abastecimento" possa gerar "uma dificuldade acrescida de resposta" por parte das empresas, sublinha Marta Santos, diretora para o setor industrial da Kantar, citada no estudo.


Ao longo deste tempo, produtos alimentares, bebidas e produtos de higiene foram os bens mais procurados pelos portugueses. Face ao período homólogo, a venda de azeite disparou 19%. Salsichas enlatadas, carne fresca, chá e pão tiveram aumentos de procura a rondar os 10%.


Na secção dos produtos de higiene pessoal, a venda de toalhitas aumentou 18%, mais do que os 11% registados no sabonete. Já o papel higiénico, que esgotou em algumas superfícies comerciais, teve um aumento de vendas em fevereiro de apenas 4%, menor que o verificado pelos lenços de papel (9%).


A corrida às prateleiras fez-se ainda sentir nos produtos de limpeza da casa, sobretudo na lixívia, cujas vendas aumentaram 22%.


Citado no estudo, Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca, adianta que "é fácil de prever que os dados relativos às primeiras semanas de março não só consolidem, como mostrem um rápido incremento destes valores, como facilmente se percebe pela corrida às lojas a que assistimos nos últimos dias".


O responsável conclui que, para fazer face à pandemia, as marcas "terão, neste momento crucial, que se adaptar, definir prioridades e fornecer valor em tempo real aos consumidores".

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