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Pandemia gerou mais de 18 milhões de desempregados na OCDE só em abril
Na OCDE, a taxa de desemprego sofreu um aumento sem precedentes de 2,9 pontos percentuais em abril, em grande medida devido à perda de empregos nos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 gerou um aumento recorde no desemprego nos países da OCDE que, só no mês de abril, viram o número de pessoas sem trabalho aumentar em mais de 18 milhões.
Dados revelados esta terça-feira, 9 de junho, mostram que a taxa de desemprego entre os países da OCDE registou uma subida sem precedentes de 2,9 pontos percentuais, passando de 5,5% em março para 8,4% em abril.
Este aumento reflete os 18,4 milhões de pessoas que perderam o trabalho devido aos efeitos da pandemia, e que fizeram escalar o número total de desempregados na OCDE para 55 milhões. Os Estados Unidos foram responsáveis pela maior parte desta subida, já que 15,9 dos 18,4 milhões de novos desempregados são daquele país, que viu a taxa de desemprego subir de 4,4% em março para 14,7% em abril, o nível mais elevado desde o início da série em 1948.
Há, assim, uma heterogeneidade na distribuição destes números, apesar de nenhuma região do mundo ter ficado imune aos efeitos da covid-19. Além dos Estados Unidos, o impacto foi especialmente severo no Canadá e Colômbia, que viram a taxa de desemprego aumentar de 7,8% para 13% e de 12,2% para 19,9%, respetivamente, e mais moderado na Zona Euro (de 7,1% para 7,3%) e no Japão (2,5% para 2,6%).
As diferenças também se fizeram notar entre as faixas etárias e géneros, com as mulheres e os jovens até aos 24 anos a serem os mais penalizados. Entre as mulheres, a taxa de desemprego aumentou 3,3 pontos percentuais para 9,1%, enquanto entre os homens a subida foi de 2,6 pontos percentuais para 7,9%.
Já o desemprego jovem registou um aumento de 5,5 pontos percentuais para 17,6%,o que compara com a subida de 2,7 pontos percentuais na população com mais de 25 anos.
Os dados de Portugal mostram um aumento ligeiro da taxa de desemprego de 6,2% para 6,3%, que deixa o país bem abaixo da média da OCDE (8,4%).
No relatório divulgado hoje, a OCDE destaca ainda que os dados referentes à primeira quinzena de maio mostram que a taxa de desemprego continuou a aumentar no Canadá, mas diminuiu nos Estados Unidos para 13,3%, como revelou o Departamento do Trabalho norte-americano na passada sexta-feira, quando as estimativas apontavam todas para um nível muito superior.
Já na Europa, os números sugerem um aumento na Alemanha, uma estabilização na Bélgica e uma descida na Noruega.