Notícia
PAN quer explicações do Governo sobre irregularidades na vacinação
O Pessoas-Animais-Natureza (PAN) mostrou-se hoje preocupado com as irregularidades identificadas na administração das vacinas contra a covid-19, que justificaram a demissão do coordenador do plano de vacinação, e pediu explicações ao Governo.
03 de Fevereiro de 2021 às 19:00
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a deputada Bebiana Cunha começou por reconhecer "o trabalho feito" pelo coordenador da 'task force' para o Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal, Francisco Ramos, que se demitiu do cargo.
A deputada do PAN considerou que a justificação apresentada por Francisco Ramos merece "um cabal esclarecimento por parte do Governo" e mostrou-se preocupada também com "as alegadas irregularidades que têm acontecido um pouco por todo o país".
"Há aqui uma necessidade urgente de o Governo se pronunciar face a esta matéria, e nós esperamos que o faça o quanto antes", destacou, querendo saber se está em causa "falta de comunicação, falta de diretrizes", e o que vai "o Governo efetivamente fazer".
O PAN questionou também "quem será a pessoa que irá substituir o coordenador, e que moldes é que terá para desenvolver o seu trabalho".
A deputada Bebiana Cunha referiu ainda que "desde o início deste processo do plano de vacinação, o PAN tem alertado constantemente para a necessidade deste grupo técnico ter tempo para fazer o seu trabalho, ter autonomia para fazer o seu trabalho", e advogou que "sempre houve aqui, de alguma forma, uma ingerência política naquele que é o trabalho dos técnicos".
"O Governo tem de assegurar que não exista essa ingerência, que haja aqui uma autonomia técnica para fazer o seu trabalho, para levar a bom porto aquilo que todos ansiamos, que é que o plano de vacinação decorra da forma mais eficiente possível e mais justa possível", salientou a parlamentar.
O Ministério da Saúde anunciou hoje que o coordenador da 'task force' para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 em Portugal, Francisco Ramos, demitiu-se do cargo, na sequência de "irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva".
Indicou também que o funcionamento da `task force´ "mantém-se assegurado pelos restantes membros do núcleo de coordenação", composto por elementos do Ministério da Defesa Nacional, Ministério da Administração Interna, Direção-Geral da Saúde e Autoridade Nacional do Medicamento.
A demissão ocorre numa altura em que são públicas diversas situações de vacinação indevida de várias pessoas em várias regiões do país e no dia em que arranca a vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, numa fase que abrange cerca de 900 mil portugueses.