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Londres lança app para mapear covid-19 e concentra a informação no Estado
A aplicação de mapeamento dos pacientes com covid-19 e os respetivos contactos vai ser testada e poderá chegar a todo o Reino Unido dentro de semanas.
O sistema nacional de saúde britânico – NHS, na sigla em inglês – está a lançar uma aplicação que pretende mapear a propagação do coronavírus. Esta solução, que tem sido debatida pelas questões de privacidade que levanta, ganha uma outra dimensão no que diz respeito ao caso britânico, uma vez que o sistema de saúde rejeitou a tecnologia proposta pela Google e Apple e optou antes por centralizar toda a informação.
A aplicação está de momento a ser testada na ilha de Wight, na costa sul de Inglaterra, pelo governo local e por trabalhadores da área da saúde, avança a CNBC. Na ilha, que conta 142.000 habitantes, o download da aplicação vai estar disponível a partir de quinta-feira. No que toca ao resto da população do Reino Unido, poderá ter acesso a esta mesma ferramenta dentro de semanas.
O objetivo da aplicação é, através de tecnologia Bluetooth, registar as interações com outras pessoas que também possuam smartphones, permitindo saber quem esteve suficientemente próximo de um infetado com convid-19, isto é, quem este num raio de dois metros por mais de 15 minutos. Assim que alguém tenha sintomas da doença, deve informar a app para que esta, por sua vez, passe a informação a todas as pessoas que, tendo em conta a proximidade física que mostraram, possam estar infetadas.
"Ao fazer o download da app está a proteger a sua própria saúde, está a proteger a saúde de quem ama e a saúde da sua comunidade", defendeu o ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, esta segunda-feira.
Esta aplicação é parte essencial da estratégia de saída do Reino Unido para a pandemia de coronavírus. As mortes no Reino Unido já atingiram as 32.313, de acordo com os dados publicados pela Reuters, ultrapassando o total de Itália.
Privados e privacidade
No lançamento desta nova aplicação, o Governo britânico deixa de fora dois gigantes da tecnologia, a Apple e a Google, cuja tecnologia tem uma abordagem mais descentralizada. No caso da app a ser testada pelo Governo, os dados são processados numa base de dados central em vez de isto acontecer no próprio telefone.
No modelo da Apple e da Google, há portanto limites para a quantidade de informação a que as autoridades conseguem aceder, ao contrário do modelo desenvolvido pelo Governo.