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Elites portuguesas no 41.º lugar mundial na gestão da covid-19

No Índice de Qualidade das Elites, onde Portugal surge em 28.º lugar entre 151 países, constata-se que elites de maior qualidade como Singapura, Suíça, Israel ou Nova Zelândia "têm sido mais capazes de proteger o seu país dos impactos sanitários e económicos da covid-19”.

Pedro Nunes
Rui Neves ruineves@negocios.pt 19 de Maio de 2021 às 10:57

As elites portuguesas surgem em 28.º lugar no Índice de Qualidade das Elites (EQx) 2021, um ranking internacional de economia política que fornece uma visão dos sistemas de elites nacionais e da criação de valor esperada num mundo pós-covid.

 

A classificação agora obtida por Portugal, num total de 151 países avaliados, revela disparidades significativas ao nível dos quatro subíndices, apresentando melhor desempenho ao nível do poder económico (8.º) e pior ao nível do valor económico (54.º). Com posições intermédias apresenta-se o poder político (19.º) e o respetivo valor (30.º).

 

Num ranking que continua a ser liderado por Singapura, trata-se da segunda edição do EQx – na de 2020, o nosso país ocupava a 14.ª posição entre os 32 países então analisados.

 

"Portugal revela uma trajetória de perda, sobretudo no quadro da UE, sendo preocupante a posição manifestada em certos indicadores – em particular desigualdade territorial, peso da dívida pública, baixa produtividade e desemprego jovem – que, em conjunto, revelam um quadro de instituições que carece de melhorias significativas", consideram Cláudia Ribeiro e Óscar Afonso, professores da Faculdade de Economia do Porto (FEP), responsáveis pelo estudo a nível nacional.

 

"Uma dimensão fundamental na atualidade é o desempenho das elites em relação à gestão da pandemia da covid-19. No EQx2021 constata-se que elites de maior qualidade como Singapura (1.º), Suíça (2.º), Israel (7.º), Noruega (8.º) ou Nova Zelândia (13.º) têm sido mais capazes de proteger o seu país dos impactos sanitários e económicos da covid-19", destacam os mesmos responsáveis.

 

Muitos indicadores relacionados com covid-19 foram adicionados ao EQx2021, incluindo medidas de excesso de mortes, taxas de fatalidade, taxas de mortalidade e diferenciais de crescimento.

 

Questionado pelo Negócios sobre a posição ponderada das elites portuguesas neste ranking relativamente à gestão da pandemia, Óscar Afonso revelou que "os indicadores considerados e a classificação obtida que atendem nomeadamente à mortalidade covid e ao número de dias escolares perdidos, Portugal apresenta uma posição média 41".

 

Em termos globais, Portugal surge à frente da Bélgica (32.ª) e de Itália (37.ª), mas atrás da China (26.ª), Espanha (27.ª), Irlanda (20.ª) ou Qatar (21.ª). E surge abaixo da média da União Europeia, no 14.º lugar entre os 25 países da UE avaliados, sendo já ultrapassado pelos países mais dinâmicos do ex-bloco de leste, como são os casos da Estónia (12.º), República Checa (22.º) e Lituânia (24.º).

 

"Neste contexto, e tendo em conta a dinâmica revelada, considero que o posicionamento do nosso país apresenta um mau resultado em termos de avaliação das elites nacionais", conclui Óscar Afonso.

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