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Descobrir a origem da covid-19 evitará outras pandemias, dizem especialistas
O mundo precisa da cooperação do governo chinês para rastrear as origens da covid-19 e prevenir futuras pandemias, apontam dois especialistas norte-americanos.
06 de Junho de 2021 às 11:00
Agora há mais informações que sustentam a teoria de que o vírus SARS-CoV-2 pode ter escapado de um laboratório em Wuhan, na China, disse Scott Gottlieb, ex-comissário da agência reguladora FDA no governo Trump e atualmente membro do conselho da Pfizer.
A China não forneceu provas para refutar essa teoria, enquanto a pesquisa de sinais de que o coronavírus surgiu na vida selvagem não deu resultados, disse Gottlieb ao programa "Face the Nation", da norte-americana CBS News.
Não saber a origem da pandemia coloca o mundo em risco de surtos futuros, disse Peter Hotez, codiretor do Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Hospital Infantil do Texas, numa outra entrevista a um canal de televisão.
"Haverá Covid-26 e Covid-32, a menos que entendamos completamente as origens da covid-19", disse Hotez ao programa "Meet the Press", da NBC.
Quase um ano e meio depois de o novo patógeno ter sido detectado num mercado de frutos do mar em Wuhan, as origens precisas do coronavírus permanecem obscuras. Os cientistas levantaram a hipótese de que o vírus tenha provavelmente migrado de animais selvagens para humanos. A ideia de que o coronavírus possa ter escapado acidentalmente de um laboratório de investigação, há muito tempo defendida por alguns republicanos, ganhou atenção do governo democrata.
Numa surpreendente declaração na quarta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu uma nova investigação sobre o surgimento do vírus. As agências de inteligência dos EUA tinham avaliações divergentes sobre se é mais provável que o vírus tenha cruzado a barreira das espécies de um reservatório natural ou escapado do Instituto de Virologia de Wuhan, disse Biden. O Presidente norte-americano ordenou que as agências "redobrassem os esforços" e divulgassem um novo relatório no prazo de 90 dias.
O debate sobre a origem do coronavírus foi alimentado novamente por uma reportagem do Wall Street Journal, a 23 de maio, segundo a qual três investigadores do Instituto de Virologia de Wuhan ficaram doentes em novembro de 2019 e procuraram ajuda hospitalar por "sintomas consistentes com a covid-19 e doenças sazonais comuns".
Os cientistas deveriam ter permissão para conduzir uma investigação de longo prazo na China e recolher amostras de sangue de humanos e animais, disse Hotez. Os EUA deveriam pressionar a China, inclusive com a ameaça de sanções, para permitir uma investigação.
"Precisamos de uma equipa de cientistas, epidemiologistas, virologistas, ecologistas de morcegos na província de Hubei por um período de seis meses, um ano", disse Hotez.
As autoridades chinesas contestaram a teoria do laboratório de Wuhan. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse na quinta-feira que a investigação ordenada por Biden é uma tentativa de se envolver em "estigmatização, manipulação política e transferência de culpa".
Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado em março não revelou totalmente a origem do vírus, mas considerou improvável que tenha escapado de um laboratório. Na altura, a OMS pediu mais investigações.
"No que diz respeito à OMS, todas as hipóteses permanecem em cima da mesa", disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado quando o relatório foi divulgado em março.
A China não forneceu provas para refutar essa teoria, enquanto a pesquisa de sinais de que o coronavírus surgiu na vida selvagem não deu resultados, disse Gottlieb ao programa "Face the Nation", da norte-americana CBS News.
"Haverá Covid-26 e Covid-32, a menos que entendamos completamente as origens da covid-19", disse Hotez ao programa "Meet the Press", da NBC.
Quase um ano e meio depois de o novo patógeno ter sido detectado num mercado de frutos do mar em Wuhan, as origens precisas do coronavírus permanecem obscuras. Os cientistas levantaram a hipótese de que o vírus tenha provavelmente migrado de animais selvagens para humanos. A ideia de que o coronavírus possa ter escapado acidentalmente de um laboratório de investigação, há muito tempo defendida por alguns republicanos, ganhou atenção do governo democrata.
Numa surpreendente declaração na quarta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu uma nova investigação sobre o surgimento do vírus. As agências de inteligência dos EUA tinham avaliações divergentes sobre se é mais provável que o vírus tenha cruzado a barreira das espécies de um reservatório natural ou escapado do Instituto de Virologia de Wuhan, disse Biden. O Presidente norte-americano ordenou que as agências "redobrassem os esforços" e divulgassem um novo relatório no prazo de 90 dias.
O debate sobre a origem do coronavírus foi alimentado novamente por uma reportagem do Wall Street Journal, a 23 de maio, segundo a qual três investigadores do Instituto de Virologia de Wuhan ficaram doentes em novembro de 2019 e procuraram ajuda hospitalar por "sintomas consistentes com a covid-19 e doenças sazonais comuns".
Os cientistas deveriam ter permissão para conduzir uma investigação de longo prazo na China e recolher amostras de sangue de humanos e animais, disse Hotez. Os EUA deveriam pressionar a China, inclusive com a ameaça de sanções, para permitir uma investigação.
"Precisamos de uma equipa de cientistas, epidemiologistas, virologistas, ecologistas de morcegos na província de Hubei por um período de seis meses, um ano", disse Hotez.
As autoridades chinesas contestaram a teoria do laboratório de Wuhan. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse na quinta-feira que a investigação ordenada por Biden é uma tentativa de se envolver em "estigmatização, manipulação política e transferência de culpa".
Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado em março não revelou totalmente a origem do vírus, mas considerou improvável que tenha escapado de um laboratório. Na altura, a OMS pediu mais investigações.
"No que diz respeito à OMS, todas as hipóteses permanecem em cima da mesa", disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado quando o relatório foi divulgado em março.