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Costa quer desempregados do turismo reconvertidos para o setor social
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que os desempregados do turismo, uma das áreas mais atingidas pela crise gerada pela pandemia de covid-19, podem ser reconvertidos, com a formação necessária, como trabalhadores do setor social.
19 de Agosto de 2020 às 18:48
António Costa deixou esta proposta no final da intervenção da cerimónia de assinatura de declaração de compromisso de parceria para Reforço Excecional dos Serviços Sociais e de Saúde e lançamento do programa PARES 3.0, que decorreu esta tarde no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e que contou ainda com a presença da ministra Ana Mendes Godinho.
"Uma palavra final sobre o emprego. Como todos sabemos um dos setores mais atingidos por esta crise económica e que mais duramente vai ser atingido por esta crise económica é, por exemplo, o setor do turismo", referiu o chefe do executivo socialista.
"São um recurso fundamental para, com formação naturalmente, poderem ser facilmente reconvertidas para continuar a trabalhar com pessoas agora nas instituições em que estão associadas nas IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social], nas mutualidades, nas misericórdias ou nas cooperativas", propôs.
Na perspetiva de António Costa, o momento em que se celebram estes dois acordos é essencial.
"O país sabe que a covid, para além de um enorme drama do ponto de vista sanitário, dos milhares de vidas que já ceifou, da preocupação generalizada que criou na sociedade portuguesa, tem um custo económico e social absolutamente brutal", avisou.
Segundo o primeiro-ministro, "em poucos meses foram destruídos mais de 100 mil postos de trabalho".
"Em poucos meses chegámos a ter 800 mil famílias a depender da situação do 'lay-off' e só manter o emprego porque o emprego estava a ser apoiado por via do Estado e por elas próprias como uma perda de um terço do seu rendimento", enumerou.
Depois da fase de emergência, lembrou Costa, o Governo criou o Programa de Estabilização Económica e Social, estes dois programas cujas parcerias foram hoje assinadas.
"Porque nós temos de utilizar com inteligência o pouco dinheiro que temos ao nosso dispor e com cada euro temos de conseguir satisfazer pelos menos três objetivos: combater a recessão económica e reanimar a economia, criar postos de trabalho, reanimar a economia e criar postos de trabalho que sejam socialmente úteis para a sociedade", defendeu.
O primeiro-ministro não deixou de responder a alguns dos intervenientes que falaram antes, como o caso de Manuel Lemos, União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que pediu a Costa que "no quadro da bazuca europeia" não se esqueça do setor social.
"Eu não vou apontar a bazuca às vossas instituições porque eu não vou disparar sobre as vossas instituições. Agora nós contamos com as vossas instituições para utilizar o poder de fogo da bazuca para podermos continuar a fazer mais e fazermos melhor", garantiu.
A intervenção de Costa terminou com uma felicitação à ministra Ana Mendes Godinho e a toda a sua equipa "pela forma muito rápida como têm conseguido organizar o conjunto destes programas".