Notícia
Costa: Evolução da pandemia e robustez do SNS permitem descer degrau para calamidade
O primeiro-ministro justificou a descida de "um degrau" do estado de emergência para calamidade pública com a evolução favorável da pandemia e a robustez até aqui demonstrada pelo Serviço Nacional de Saúde.
A contenção da evolução da pandemia em Portugal e a capacidade de resposta revelada pelo Serviço Nacional de Saúde são os argumentos apresentados por António Costa para a descida de "um degrau" no nível de restrições e a passagem do atual estado de emergência para o estado de calamidade pública.
No final do Conselho de Ministros que aprovou o plano para a reabertura gradual da economia, e após breve conversa com Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro explicou aos jornalistas que o "Presidente da República entendeu, e o Governo apoiou, que não se justificava renovar mais uma vez o estado de emergência".
No entanto, António Costa frisou que isso não significa que a pandemia tenha sido superada pois, pelo contrário, o "risco mantém-se elevado" e a "pandemia mantém-se ativa". E dada a necessidade de "continuar ativamente a prevenir e combater a pandemia", o líder do Executivo socialista explicou que, "não havendo estado de emergência", o Governo "entendeu que era o momento de descer um degrau no nível de contenção, passando para o estado de calamidade". O estado de emergência cessa às 24 horas de 2 de maio e o estado de calamidade entra imediatamente em vigor a partir das 00:00 de 3 de maio.
Antes, Costa tinha discorrido sobre as razões que permitem este primeiro pequeno passo rumo à normalidade, as quais se dividiram em duas áreas: evolução da pandemia e capacidade do SNS.
Quase dois meses após o primeiro caso de Covid-19 diagnosticado em Portugal, houve uma "redução significativa do risco de transmissibilidade da doença" (número de pessoas contagiadas por cada pessoa), que após ter chegado a atingir um pico de 2,53 recuou, nos últimos cinco dias, para um valor médio de 0,92.
Recorde-se que na reunião que decorreu terça-feira, no Infarmed, o valor estava acima de um no Porto e em Lisboa e Vale do Tejo. António Costa assegurou agora que esta taxa de transmissibilidade está abaixo de um em todo o país.
Outra razão invocada prende-se com a "quebra significativa de novos casos notificados", descida esta que aconteceu apesar do aumento do número de testes realizados. Por seu turno, os testes permitem perceber que o número de pessoas testadas é "muitíssimo superior ao número de pessoas efetivamente contaminadas".
Costa aponta ainda a diminuição consistente do número de pessoas internadas, quer nos serviços hospitalares quer nas respetivas unidades de cuidados intensivos, assim como a estabilização entretanto observada no número de óbitos. Um outro dado apresentado é relativo ao aumento progressivo e consistente do número de doentes recuperados.
"Nestes dois meses passámos da fase de crescimento exponencial para a fase em que foi possível controlar o ritmo de crescimento", concluiu António Costa reiterando que houve uma "inversão na tendência de crescimento de novos casos não obstante o aumento de testes".
Quanto ao SNS, Costa salientou como "primeiro indicador muito importante" a capacidade evidenciada para testar os casos de riscos na sociedade portuguesa. Depois apontou a noção hoje existente acerca de "quais as necessidades de tratamento hospitalar por parte de doente Covid" e a capacidade do SNS "responder aos casos de maior gravidade".
Por outro lado, e porque se sabe que a estratégia de contenção do vírus adotada em Portugal, assim como na generalidade dos países europeus, pretendia evitar um crescimento exponencial dos contágios que pusesse em causa a capacidade de resposta dos serviços de saúde, o primeiro-ministro esclareceu que as taxas de ocupação estiveram até aqui sempre controladas.
A taxa de ocupação de camas de cuidados intensivos esteve sempre entre 50% e 65%, sendo que deste apenas entre 50% e 60% eram doentes Covid.
Nova fase exige "maior responsabilidade de todos"
Nesta fase em que se inicia paulatinamente o processo de desconfinamento, e para evitar qualquer "passo atrás" - e Costa garante que será dado "se e quando ele for necessáriod" -, o primeiro-ministro apela à "responsabilidade coletiva", que terá de ser reforçada "ainda mais".
Até porque com o aumento do risco de transmissão do vírus devido à reabertura agora anunciada, o chefe do Governo frisa que esta nova fase "exige maior responsabilidade de todos nós".
"Não vamos perder, no próximo mês, aquilo que tão duramente alcançámos nos últimos dois meses", pediu mostrando-se convicto de que os portugueses vão compreender essa necessidade, até pelo "custo social e económico" já provocado pela pandemia.
(Notícia atualizada)
No final do Conselho de Ministros que aprovou o plano para a reabertura gradual da economia, e após breve conversa com Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro explicou aos jornalistas que o "Presidente da República entendeu, e o Governo apoiou, que não se justificava renovar mais uma vez o estado de emergência".
Antes, Costa tinha discorrido sobre as razões que permitem este primeiro pequeno passo rumo à normalidade, as quais se dividiram em duas áreas: evolução da pandemia e capacidade do SNS.
Quase dois meses após o primeiro caso de Covid-19 diagnosticado em Portugal, houve uma "redução significativa do risco de transmissibilidade da doença" (número de pessoas contagiadas por cada pessoa), que após ter chegado a atingir um pico de 2,53 recuou, nos últimos cinco dias, para um valor médio de 0,92.
Recorde-se que na reunião que decorreu terça-feira, no Infarmed, o valor estava acima de um no Porto e em Lisboa e Vale do Tejo. António Costa assegurou agora que esta taxa de transmissibilidade está abaixo de um em todo o país.
Outra razão invocada prende-se com a "quebra significativa de novos casos notificados", descida esta que aconteceu apesar do aumento do número de testes realizados. Por seu turno, os testes permitem perceber que o número de pessoas testadas é "muitíssimo superior ao número de pessoas efetivamente contaminadas".
Costa aponta ainda a diminuição consistente do número de pessoas internadas, quer nos serviços hospitalares quer nas respetivas unidades de cuidados intensivos, assim como a estabilização entretanto observada no número de óbitos. Um outro dado apresentado é relativo ao aumento progressivo e consistente do número de doentes recuperados.
"Nestes dois meses passámos da fase de crescimento exponencial para a fase em que foi possível controlar o ritmo de crescimento", concluiu António Costa reiterando que houve uma "inversão na tendência de crescimento de novos casos não obstante o aumento de testes".
Quanto ao SNS, Costa salientou como "primeiro indicador muito importante" a capacidade evidenciada para testar os casos de riscos na sociedade portuguesa. Depois apontou a noção hoje existente acerca de "quais as necessidades de tratamento hospitalar por parte de doente Covid" e a capacidade do SNS "responder aos casos de maior gravidade".
Por outro lado, e porque se sabe que a estratégia de contenção do vírus adotada em Portugal, assim como na generalidade dos países europeus, pretendia evitar um crescimento exponencial dos contágios que pusesse em causa a capacidade de resposta dos serviços de saúde, o primeiro-ministro esclareceu que as taxas de ocupação estiveram até aqui sempre controladas.
A taxa de ocupação de camas de cuidados intensivos esteve sempre entre 50% e 65%, sendo que deste apenas entre 50% e 60% eram doentes Covid.
Nova fase exige "maior responsabilidade de todos"
Nesta fase em que se inicia paulatinamente o processo de desconfinamento, e para evitar qualquer "passo atrás" - e Costa garante que será dado "se e quando ele for necessáriod" -, o primeiro-ministro apela à "responsabilidade coletiva", que terá de ser reforçada "ainda mais".
Até porque com o aumento do risco de transmissão do vírus devido à reabertura agora anunciada, o chefe do Governo frisa que esta nova fase "exige maior responsabilidade de todos nós".
"Não vamos perder, no próximo mês, aquilo que tão duramente alcançámos nos últimos dois meses", pediu mostrando-se convicto de que os portugueses vão compreender essa necessidade, até pelo "custo social e económico" já provocado pela pandemia.
(Notícia atualizada)