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Banco de Portugal estima quebra de 3,7% no PIB em cenário de "impacto limitado" da covid-19

O Banco de Portugal atualizou a estimativa para a economia portuguesa este ano, antecipando uma queda de 3,7% no cenário base, que aponta para um para um "impacto económico da pandemia relativamente limitado". No cenário adverso a recessão chega a 5,7%.

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A economia portuguesa deverá entrar em recessão este ano, contraindo pelo menos 3,7%, projeta o Banco de Portugal, no boletim económico de março, publicado esta quinta-feira. Esta é a previsão do cenário base, que assume um "impacto económico da pandemia relativamente limitado". No cenário mais adverso, a economia contrai 5,7%.

"No cenário base, estima-se uma redução de 3,7% do PIB real em 2020. Assume-se que o impacto económico da pandemia é relativamente limitado, o que decorre, em parte, da hipótese de que as medidas adotadas pelas autoridades económicas são bem-sucedidas na contenção dos danos sobre a economia", refere o banco central no Boletim Económico.

Neste cenário, a taxa de desemprego sobe, ainda assim, para 10,1%, com a economia a destruir postos de trabalho: a contração no emprego será de 3,5%. Mas o banco central avisa que "a evolução projetada para o desemprego depende crucialmente da configuração e magnitude das medidas de política que possam ser implementadas de imediato" - ou seja, vai depender da ação e da capacidade de resposta do Governo à crise.

No que diz respeito ao consumo, o Banco de Portugal antecipa uma travagem dos gastos das famílias (uma queda de 2,8%). Com o aumento da incerteza, é previsível uma subida da taxa de poupança, antecipam os economistas da instituição liderada por Carlos Costa. Ainda assim, a redução de rendimentos poderá ser ligeira, devido ao aumento das transferências públicas para apoiar as famílias. Em contrapartida, os gastos públicos vão subir, sobretudo devido à maior despesa em saúde.

Mesmo no cenário moderado, as exportações e o investimento caem a pique, com contrações de 12,1% e 10,8%, respetivamente. É o resultado, por um lado, da travagem coordenada dos principais parceiros comerciais de Portugal, que estão a sofrer os efeitos da pandemia também, e por outro, do aumento da incerteza e das expectativas negativas dos empresários, que adiam planos à espera de uma definição melhor da conjuntura. 

E se tudo se complicar?

Este é apenas o cenário base. Num cenário adverso, o Banco de Portugal assume que o impacto económico da pandemia é mais significativo "devido à paralisação mais prolongada da atividade económica em vários países, conduzindo a maior destruição de capital e perda de emprego". Considera ainda "níveis de turbulência mais significativos nos mercados financeiros". Neste quadro, a recessão em Portugal será mais profunda, com o PIB a contrair 5,7% este ano.

A destruição de emprego é maior (atinge uma queda de 5,2%) e a taxa de desemprego chega a 11,7%. As famílias contraem ainda mais o consumo (4,8%), as exportações contraem 19,1% e o investimento afunda 14,9%.

Em ambos os cenários o Banco de Portugal prevê uma recuperação da atividade económica nos dois anos seguintes. No cenário base chega a 2022 a crescer 3,1%, e no cenário adverso avança 3,4% daqui por dois anos. Antes da pandemia, o Banco de Portugal apontava para um aumento do PIB de 1,7% este ano e de 1,6% nos seguintes.


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