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Alemanha cria fundo de 500 mil milhões para apoiar empresas e admite comprar ações

A Chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou um mega pacote extraordinário de apoio às empresas, para tentar fazer face ao impacto que o coronavírus está a ter na economia local. Compra de ações corporativas por parte do Governo está em cima da mesa.

EPA
20 de Março de 2020 às 11:14
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A Alemanha vai criar um fundo de 500 mil milhões de euros para garantir injeções de capital e empréstimos às empresas germânicas, numa altura em que é provável que o país avance para um "lockdown" total a partir da próxima segunda-feira, para travar o contágio de coronavírus no país, segundo a Chanceler Angela Merkel. 

Mas pode não ficar por aqui. Para além desta mega "almofada" para as empresas do país, o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, pôs a hipótese de o Governo ir ainda mais longe e começar a comprar ações das cotadas germânicas, de forma a evitar que entrem em colapso durante este período. 

"Usámos uma ferramenta semelhante em 2008 e 2009, embora tenha estado mais focado no setor bancário", disse Scholz à rádio alemã Deutschlandfunk rádio, nesta sexta-feira.

O ministro das Finanças acrescentou que "pode acontecer que uma empresa de repente tenha um escassez de liquidez, e estamos a tentar resolver isso com nosso programa de injeção de capital. Mas, em algum momento, será necessária liquidez e estamos prontos novamente para dar estabilidade nos mercados financeiros".

Esta foi uma solução posta em cima da mesa também pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou que o Estado norte-americano poderá vir a ponderar entrar no capital de empresas, que obtenham ajudas públicas, devido ao impacto que o novo coronavírus está a ter na sua atividade. 

Numa altura em que o número de casos infetados com covid-19 no país aumentou para 16.626, causando 44 mortes, o Governo 
está a considerar declarar um estado de emergência a partir da próxima segunda-feira, dia 23 de março, para impedir que as pessoas continuem a sair à rua com a mesma frequência, e para permitir que o programa de empréstimos públicos ilimitados entre em vigor.

Helge Braun, chefe da Chancelaria e ministro federal de Assuntos Especiais no governo de coligação de Angela Merkel, disse que o Governo ia "monitorizar o comportamento dos cidadãos neste fim de semana", adiantando que sábado seria um dia decisivo para perceber se se avança com o estado de emergência ou não.

O recolher obrigatório seria um "enorme fardo" e o Governo quer evitá-lo, mas "podemos não ter escolha, caso as pessoas continuem a reunir-se em grupos volumosos", acrescentou Braun.
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