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Inflação na Zona Euro desacelerou mais do que o estimado e ficou abaixo de 2% em setembro

Variação homóloga da inflação na Zona Euro desacelerou de 2,2% para 1,7% e ficou abaixo da meta do BCE, confirmou o Eurostat. Dados finais surgem no dia em que o BCE se reúne para decidir sobre um novo corte nas taxas de juro, havendo uma forte possibilidade de um novo corte.

Mulher compara preços no supermercado.
Getty Images
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É o valor mais baixo em mais de três anos. O Eurostat reviu esta quinta-feira a variação homóloga da inflação na Zona Euro, dizendo que desacelerou mais do que o previsto, para 1,7% em setembro. O valor fica abaixo da meta de 2% definida pelo Banco Central Europeu (BCE) como crucial para garantir a estabilidade de preços.

Inicialmente, a estimativa rápida do Eurostat apontava para uma taxa de inflação de 1,8% em setembro, mas o valor foi revisto pelo Eurostat para 1,7%, menos cinco pontos percentuais do que no mês anterior. Esta é a primeira vez em mais de três anos que a inflação nos países da moeda única fica abaixo da meta do BCE. É preciso recuar até abril de 2021 para encontrar um valor mais baixo do que o agora registado. 

Os dados finais da inflação na Zona Euro surgem no dia em que o BCE se reúne para decidir sobre um novo corte nas taxas de juro. Na reunião de setembro, a presidente do banco central, Christine Lagarde, deixou em aberto a possibilidade de novos cortes na taxa de referência, mas agora há vários governadores a sinalizaram apoiarem um apoio a essa redução, incluindo alguns que preferem políticas mais restritivas (juros mais altos), os chamados "falcões". 

Entre as quatro grandes componentes do índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) – alimentos, energia, bens industriais não energéticos e serviços –, os serviços continuaram a ser a componente com a maior variação homóloga (3,9%) de preços, menos duas décimas do que no mês anterior. Para a variação homóloga de inflação de 1,7% na Zona Euro, os serviços contribuíram com 1,76 pontos percentuais.

Os alimentos, álcool e tabaco tiveram o segundo maior contributo para a variação homóloga da inflação na Zona Euro (+0,47 pontos percentuais), depois de o IHPC desta componente do cabaz de compras das famílias ter acelerado ligeiramente de 2,3% para 2,4% em setembro. Também com um contributo positivo (+0,12 pontos percentuais), o IHPC dos bens industriais não energéticos manteve-se estável, em 0,4%.

Em sentido contrário, a energia deu um contributo negativo para a variação do IHPC na Zona Euro (-0,60 pontos percentuais). O IHPC referente aos produtos energéticos caiu de -3% em agosto, para -6,1% em setembro. Depois de ter retomado valores positivos entre maio e julho, o IHPC da energia retomou valores negativos, o que significa que, em geral, os produtos energéticos estão mais baratos do que no ano passado.

Portugal com variação acima da média da UE

Na União Europeia, a variação homóloga da inflação passou de 2,4% em agosto para 2,1% em setembro. Em comparação com agosto, a taxa da inflação desacelerou em vinte Estados-membros, manteve-se estável em dois (Bélgica e Países Baixos) e aumentou em cinco (Portugal, Polónia, Letónia, República Checa e Croácia). No caso de Portugal, o IHPC acelerou de 1,8% para 2,6% em setembro, ficando acima da média.

Segundo o INE (que calcula o IHPC com o Eurostat), a subida considerável do IHPC português deu-se "em consequência do aumento de preços registado na classe dos restaurantes e hotéis" em setembro.

As taxas de inflação mais baixas foram registadas na Irlanda (0,0%), Lituânia (0,4%), Eslovénia e Itália (ambas com 0,7%). Em sentido contrário, as taxas de inflação mais elevadas foram registradas na Roménia (4,8%), Bélgica (4,3%) e Polónia (4,2%).

(notícia atualizada às 10:47)

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