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FMI revê em alta PIB e aproxima-se do Banco de Portugal

A economia portuguesa deverá crescer este ano 2% e um pouco mais em 2025, para estabilizar nos anos seguintes em torno deste patamar. Aterragem suave é quase certa, mas ainda há riscos no horizonte tanto internos como externos.

O FMI diz que as espirais inflacionistas de salários foram raras.
Yuri Gripas/Reuters
01 de Julho de 2024 às 13:52
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em alta a projeção para a economia portuguesa e já espera um crescimento de 2% este ano e 2,25% no próximo. Trata-se de uma melhoria face às previsões inscritas no relatório das perspetivas económicas divulgado em abril.

Agora, depois da avaliação ao abrigo do Artigo IV, os técnicos do FMI estão mais otimistas: há apenas três meses, a previsão apontava para um crescimento de 1,7% este ano e 2,1% em 2025. Com a revisão agora conhecida, mas ainda sem o detalhe do relatório que será conhecido mais tarde, a instituição sediada em Washington aproxima-se da previsão do Banco de Portugal de 2% este ano e 2,3% em 2025.

Assim, os técnicos do FMI apontam para "uma aterragem suave, com um crescimento moderado e uma inflação em queda". A expansão económica ficará assente nas "exportações robustas, no forte consumo privado apoiado por um mercado de trabalho resiliente e no investimento público no âmbito do plano de recuperação e resiliência (PRR)".

No entanto, os técnicos do FMI esfriam as projeções de crescimento para o médio prazo do ministro das Finanças, que ainda recentemente, numa entrevista à CNBC, apontou para que a economia portuguesa cresça em torno dos 3% (recorde-se que no programa eleitoral, a AD inscreveu taxas de crescimento real do PIB que podem chegar a 3,4% em 2028). "A médio prazo, espera-se que o envelhecimento da população, o baixo investimento e o baixo crescimento da produtividade mantenham o crescimento abaixo dos 2%."

Para a inflação, o Fundo aponta para uma taxa de variação anual de "2% em 2025, apesar de uma subida temporária em 2024", esperando que "a inflação subjacente, embora mais enraizada, deverá também diminuir." Também o excedente externo deverá manter-se no médio prazo, assente no "dinamismo dos fluxos de turismo".

Riscos espreitam

Mas, como em todas as previsões, há riscos que o FMI identifica para a economia portuguesa, internos e externos. No primeiro caso, a "inflação subjacente pode revelar-se mais enraizada, nomeadamente se o crescimento dos salários continuar a ultrapassar o crescimento da produtividade." Mas também podem surgir boas notícias, do lado do emprego. "A resiliência do mercado de trabalho e a maior dinâmica do turismo podem dar um impulso adicional ao crescimento", escrevem os técnicos, sem detalharem valores.

Os riscos negativos que podem surgir na frente externo prendem-se com "uma escalada das tensões geopolíticas que conduza a uma maior fragmentação económica, a uma menor procura externa e à volatilidade dos preços dos mercados."

Os técnicos do Fundo sugerem que a política orçamental seja direcionada no sentido de um maior apoio à economia. "As reformas orçamentais podem impulsionar o crescimento, abrindo espaço para um maior investimento", recomendando um "maior investimento público em infraestruturas e capital humano, incluindo nos domínios das transições ecológica e digital, nomeadamente através da plena utilização dos fundos do PRR".

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