Notícia
Exportações aumentaram 2,5% em 2024. Importações cresceram 1,9%
Exportações de bens cresceram a um ritmo superior ao das importações no conjunto de 2024. Alemanha foi o mercado que mais contribuiu para a subida das exportações. Ainda assim, o défice comercial de bens agravou-se em 78 milhões. Na reta final do ano, a subida das importações superou a das exportações.
As exportações de bens cresceram 2,5%, em termos nominais, no conjunto do ano de 2024, segundo os primeiros resultados anuais divulgados esta segunda-feira. As exportações cresceram a um ritmo superior ao das importações. Ainda assim, o défice comercial de bens agravou-se em 78 milhões de euros.
"Tendo por base os primeiros dados apurados das estatísticas do comércio internacional de bens do ano de 2024, as exportações alcançaram 79.285 milhões de euros (+2,5%) e as importações atingiram 107.171 milhões de euros (+1,9%)", lê-se no destaque do INE. Assim, apesar do ritmo de crescimento das exportações ter sido superior ao das importações, houve um agravameno do défice da balança comercial.
O mercado que mais contribuiu para o acréscimo global das exportações de bens em 2024 foi a Alemanha, que passou de terceiro para segundo principal destino dos bens nacionais. Conquistou um peso de 12,3% no total exportado, face aos 10,7% de 2023. As exportações para a Alemanha aumentaram 17,8% (mais 1.478 milhões), devido sobretudo a "fornecimentos industriais, material de transporte e máquinas e aparelhos".
Espanha deu o segundo maior contributo para o aumento das exportações nacionais, mantendo-se como principal destino. As exportações para o país vizinho, que representaram 26% do total exportado, aumentaram 3,5% (mais 699 milhões de euros), principalmente devido a "produtos alimentares e bebidas e fornecimentos industriais".
"Espanha, Alemanha e França continuaram a ser os principais clientes externos em 2024. No seu conjunto, concentraram mais de metade do total das exportações nacionais (50,5%, mais um ponto percentual face a 2023)", revela o INE. Já os Estados Unidos mantiveram-se como principal destino fora da UE (quarto na globalidade dos países), seguido do Reino Unido, que foi o quinto principal destino.
Segundo o INE, a maioria dos bens exportados apresentou acréscimos. As subidas mais significativas registaram-se nos produtos alimentares e bebidas (com um aumento de 8,3%) e Fornecimentos industriais (2,3%).
Já as exportações de combustíveis e lubrificantes aumentaram 10,2%, "principalmente para Bélgica, Gibraltar e Países Baixos", "influenciadas pelo aumento da procura global deste tipo de produtos" e pelo "comportamento dos preços deste tipo de bens nos mercados internacionais, em especial da cotação do petróleo bruto (brent), cuja cotação média anual (em euros) diminuiu 2,6% em 2024". Sem contar com combustíveis e lubrificantes, as exportações portuguesas de bens aumentaram 2%.
Em sentido contrário, o material de transporte foi a categoria que registou o maior decréscimo (-0,6%). Essa redução deve-se principalmente à "diminuição das exportações de veículos e outro material de transporte para França, Turquia e Japão".
Importações superam exportações na reta final do ano
Apesar da maior pujança anual das exportações, as importações de bens cresceram a um ritmo superior ao das exportações no último trimestre do ano. As exportações de bens aumentaram 4%, enquanto as importações subiram 5,4%. Essa subida pôs fim a uma trajetória de sete trimestres consecutivos em que as exportações cresceram a um ritmo mais favorável do que as importações, o que originou um aumento do défice em 659 milhões.
Em dezembro, as exportações de bens diminuíram 2,5% e as importações aumentaram 4%, o que resultou num aumento da balança comercial de bens de 474 milhões, para 2.909 milhões. Sem contar com combustíveis e lubrificantes, as exportações portuguesas de bens recuaram 1,1%, enquanto as importações aumentaram 1,8%, agravando o défice em 190 milhões, para um total de 2.135 milhões.
A grande maioria das transações de bens em 2024 ocorreram com transferência de propriedade (com ou sem compensação financeira). Porém, nos últimos três meses do ano, verificou-se um aumento das transações sem mudança de propriedade, ou seja, exportações e importações apenas "com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (por exemplo, por processamento)".
Do total de 79.285 milhões de euros em exportações de bens em 2024, 75.912 milhões resultaram ocorreram com transferência de propriedade. Em comparação com o ano anterior, foram mais 1,7%. Já as exportações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade) representaram 4,3% do total das exportações, o que corresponde a um acréscimo de 26,7% face ao ano anterior.
(notícia atualizada às 11:53)