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Consumo das famílias segurou crescimento da economia no 3.º trimestre
Com a procura externa líquida mais negativa, o consumo das famílias e o investimento seguraram a economia acima da linha de água. INE confirma que PIB cresceu 0,2% no terceiro trimestre face ao três meses anteriores e 1,9% em termos homólogos.
A economia portuguesa cresceu 0,2% no terceiro trimestre face aos três meses anteriores mas isso deveu-se primeiro ao consumo das famílias e depois ao investimento, que compensaram o impacto negativo da procura externa líquida no crescimento.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou o segundo destaque das contas nacionais referentes ao terceiro trimestre, confirmando os dados da estimativa rápida: a economia cresceu 0,2% em cadeia e 1,9% em termos homólogos.
Mas o INE apresenta agora mais dados, mostrando que foi a procura interna (que junta consumo privado e público e investimento) que segurou o fraco crescimento económico no terceiro trimestre.
"O contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB foi mais negativo (passando de -0,7 pontos percentuais para -1,1 pontos percentuais), enquanto o contributo positivo da procura interna aumentou para 1,2 pontos percentuais, observando-se uma aceleração do consumo privado e do investimento", justifica o INE.
Os dados do INE mostram que a procura interna cresceu 1,2%, acelerando face ao segundo trimestre, enquanto as exportações diminuíram 0,4% (contra um crescimento de 1,3% no trimestre anterior) e as importações desaceleraram, ao subir 1,9% no terceiro trimestre (contra os 2,9% dos três meses anteriores).
Dentro da procura interna, ou seja, no que diz respeito ao consumo privado, público e à formação bruta de capital fixo (FBCF), o grande destaque vai para as despesas das Famílias famílias, que cresceram 1,2% (acelerando face aos 1% registados no trimestre anterior), com ganhos tanto no consumo de bens duradouros (0,6%) como no de bens não duradouros e serviços (1,3%).
Já o investimento aumentou 2,1%, acelerando também face aos 1,7% no trimestre anterior. Mas a FBCF total travou, ao crescer 0,9% no terceiro trimestre, praticamente metade do ritmo anterior (1,7%).
Exportações pesam no PIB
Por outro lado, as componentes da procura externa voltaram, pelo segundo trimestre consecutivo, a penalizar o crescimento.
"Em comparação com o trimestre anterior, as exportações totais, em volume, diminuíram 0,4% (aumento de 1,3% no trimestre anterior), tendo a componente de bens registado um crescimento de 0,1% e a de serviços diminuído 1,1% (taxas de 1,6% e 0,8% no 2º trimestre, respetivamente)", descreve o INE.
De facto, é preciso recuar ao segundo trimestre de 2023 para encontrar uma queda das exportações face ao trimestre anterior.
As importações totais registaram uma variação em cadeia de 1,9% no terceiro trimestre (2,9% no segundo trimestre), "verificando-se um crescimento de 3,1% na componente de bens e uma redução de 3% na componente de serviços", contra 2,3% e 6% no trimestre anterior, respetivamente.
(Notícia atualizada às 11:55 com mais informação)