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Confiança das famílias supera valor pré-guerra. Empresas estão mais pessimistas
A evolução positiva no caso dos consumidores ficou a dever-se a melhores perspetivas sobre a situação financeira da família, da economia e de realização de compras importantes. Já as empresas estão menos confiantes para os próximos três meses.
O quadro das expectativas é misto. Se por um lado as famílias estão mais otimistas, as empresas parecem ter entrado numa fase de maior desânimo, indicam os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística esta terça-feira, 30 de julho.
Com efeito, o indicador de confiança dos consumidores superou pela primeira vez o valor registado antes do início da invasão russa da Ucrânia. "O indicador de confiança dos consumidores aumentou em junho e julho, superando pela primeira vez o valor registado em fevereiro de 2022, antes da queda abrupta verificada em março de 2022", refere o INE.
A autoridade estatística nacional acrescenta que "o saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução passada dos preços aumentou ligeiramente no último mês, depois de ter diminuído nos dois meses anteriores, e de forma significativa em maio."
Numa análise mais detalhada do indicador de confiança dos consumidores, é possível verificar que em julho a melhoria "resultou do contributo positivo de todas as componentes: perspetivas de evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias, da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar assim como das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar."
Empresas mais pessimistas
Já as empresas sinalizam meses próximos mais complicados. "O indicador de clima económico diminuiu em junho e julho, contrariando o aumento observado no mês anterior", refere o INE. "Os indicadores de confiança diminuíram na indústria transformadora e na construção e obras públicas, tendo aumentado nos serviços e, de forma moderada, no comércio", detalha.
Para a evolução futura dos preços, a expectativa é de subida. "O saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda aumentou significativamente em julho na indústria transformadora, na construção e obras públicas e no comércio e, de forma moderada, nos serviços."
Para a indústria transformadora, "o indicador de confiança diminuiu em todos os agrupamentos, bens de consumo, bens intermédios e bens de investimento, de forma ligeira no último caso."
No caso da construção, "o indicador de confiança diminuiu em julho, após ter aumentado entre abril e junho. A evolução no último mês refletiu o contributo negativo das duas componentes, apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego."
Já para o comércio e serviços, regista-se uma expectativa contrária, que poderá estar relacionada com o verão e o período de saldos.