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Bruxelas melhora previsão de crescimento de Portugal para 5,5% este ano

A Comissão Europeia soma algumas décimas ao ritmo de expansão da atividade económica portuguesa, tanto em 2022, como em 2023. Mas só espera vê o PIB a atingir o seu nível pré-pandemia no segundo trimestre do ano.

Reuters
10 de Fevereiro de 2022 às 10:02
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A Comissão Europeia reviu em alta a sua previsão de crescimento para a economia portuguesa este ano. Em vez dos 5,3% que esperava em novembro, Bruxelas aponta agora para uma subida de 5,5% do PIB. Ainda assim, o aumento das infeções por covid-19 nos primeiros meses do ano deverá prejudicar o ritmo do primeiro trimestre.

"Prevê-se um crescimento de 5,5% em 2022 e de 2,6% em 2023", lê-se no relatório das Previsões de Inverno da Comissão Europeia, publicado esta quinta-feira e apresentado em Bruxelas. Face às previsões feitas em novembro, os números melhoram as perspetivas tanto para este ano, como para o próximo (esperava-se 2,4% em 2023).

Comparando com os restantes organismos que acompanham a economia portuguesa, Bruxelas vê Portugal a crescer acima da média da zona euro, mas mantém-se, ainda assim, entre os mais cautelosos. Os números de 2022 igualam a previsão do Governo, mas o primeiro-ministro sinalizou ainda esta quarta-feira que se prepara para rever o seu cenário macroeconómico. OCDE e Banco de Portugal, as duas últimas instituições a atualizar projeções (em dezembro) apontam ambos para 5,8%. 

PIB só chega ao nível pré-pandemia no segundo trimestre
Os peritos comunitários explicam que a procura interna deverá contribuir "substancialmente para o crescimento nos dois anos", com a ajuda do Programa de Recuperação e Resiliência. Em 2022, a procura externa também deverá dar um contributo positivo, esperam, com a recuperação do turismo. Depois, em 2023, passará a ser neutra.

Apesar da melhoria de projeções, a Comissão Europeia assinala que o primeiro trimestre deste ano ficará marcado por novo abrandamento do ritmo de expansão da atividade económica. Por causa do aumento do número de casos de covid-19, com uma nova queda nas viagens internacionais, a economia nacional não deverá crescer mais do que 0,5% no primeiro trimestre, assinalam os peritos.

A expectativa é que depois, no segundo trimestre, depois de ultrapassada esta vaga de covid-19, o crescimento volte a acelerar, com a economia a atingir o seu nível pré-crise. Esta expectativa é um pouco mais pessimista do que a transmitida ainda esta quarta-feira pelo governador do Banco de Portugal: Mário Centeno disse esperar a recuperação do nível de PIB pré-covid já no primeiro trimestre.

A Comissão Europeia assinala ainda que os riscos para o crescimento português são no sentido descendente e estão associados à evolução da pandemia: um agravamento do quadro pandémico poderá voltar a comprometer a recuperação do turismo, tirando força ao crescimento.

Recuperação vai a pouco mais de metade
No ano passado, a economia nacional recuperou "ligeiramente mais de metade do nível de PIB que perdeu em 2020, quando caiu 8,4%", contabiliza Bruxelas. Esta recuperação foi desigual: enquanto o investimento e as exportações de bens já superaram os seus níveis pré-pandemia, o consumo privado avançou a um ritmo "um pouco mais lento, na medida em que os serviços de contacto intensivo enfrentaram restrições durante a maior parte do ano", explica a Comissão.

Já as exportações de serviços recuperaram substancialmente na segunda metade do ano, "mas continuaram muito abaixo do seu nível pré-pandemia", devido às dificuldades ainda sentidas pelo turismo, somam.

Preços da energia já contaminaram muitos bens e serviços
A Comissão Europeia espera uma subida da inflação em Portugal para 2,3% este ano, seguida de um abrandamento em 2023 para 1,3%. 

Os peritos assinalam o aumento de 13,2% nos preços da energia ao consumidor no último trimestre de 2021 e explicam que apesar de as famílias terem ficado relativamente protegidas, devido a alterações na regulação, houve uma contaminação ao resto da economia.

"A componente energética dos preços no produtor aumentou a uma taxa muito mais elevada, desencadeando efeitos num alargado número de bens e serviços que fazem parte do cabaz de consumo" das famílias, lê-se no relatório. 

(Notícia atualizada às 11:16 com mais informação)
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