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Endividamento da economia portuguesa atinge novo recorde

No setor público o endividamento aumentou 2,8 mil milhões de euros em abril, o que atirou o endividamento de toda a economia para um novo máximo histórico.

Reuters
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O endividamento do setor não financeiro atingiu 727 mil milhões de euros em abril, valor que traduz um novo máximo histórico, superando o anterior pico atingido em abril do ano passado (725,5 mil milhões de euros).

 

Segundo os dados hoje anunciados pelo Banco de Portugal, de março para abril o endividamento aumentou 2,6 mil milhões de euros. Uma subida explicada pelo "incremento de 2,8 mil milhões de euros no endividamento do setor público, que foi parcialmente compensado pela redução de 200 milhões de euros no endividamento do setor privado".


O endividamento da economia portuguesa subiu em todos os meses deste ano, sendo que este agravamento acentuado em abril já era expectável. O Banco de Portugal tinha já revelado que a dívida pública na ótica de Maastricht, a que interessa a Bruxelas, aumentou dois mil milhões de euros em abril deste ano, situando-se agora nos 252,4 mil milhões de euros - o valor mais alto de sempre em termos nominais.

 

No comunicado de hoje, o Banco de Portugal refere que a "subida do endividamento do setor público refletiu-se, sobretudo, no aumento do endividamento face ao setor não residente, ao setor financeiro e às próprias administrações públicas".

 

Tendo em conta o peso no PIB (melhor indicador para medir a evolução da dívida), o endividamento da economia portuguesa está longe de recordes. Em março (último período para o qual existem dados do PIB disponíveis), situou-se em 355,9% do PIB, o que compara com 367,5% do PIB em março do ano passado. Entre 2012 e 2014 este rácio superou os 400% do PIB durante vários trimestres.

No Parlamento, e perante as críticas do deputado social-democrata Duarte Pacheco, Mário Centeno reconheceu a subida da dívida pública em termos nominais. No entanto, frisou que desceu já 10 pontos em percentagem do PIB e garantiu que vai começar a descer também em termos nominais. "A dívida cairá também em termos nominais porque temos superavit orçamental", assegurou.

No primeiro trimestre deste ano, as administrações públicas registaram um excedente de 0,4% do PIB, revelou esta semana o Instituto Nacional de Estatística.



Dívida baixa nas empresas e famílias

Se no Estado o endividamento está a aumentar em termos nominais, no setor privado a tendência é a oposta.

 

A dívida das empresas privadas recuou 135 milhões de euros, atingindo 259,2 mil milhões de euros. Em março o endividamento das empresas privadas correspondia a 158,5% do PIB, o nível mais reduzido desde que o Banco de Portugal recolhe estes dados (2007).

 

No comunicado de hoje o Banco de Portugal salienta que "a redução do endividamento das empresas face ao setor financeiro (… ) foi parcialmente compensada pelo acréscimo do endividamento externo das empresas".

 

No que diz respeito às famílias, o endividamento desceu 24 milhões de euros para 141,7 mil milhões de euros em abril. Em termos de peso no PIB, o valor apurado em março também era o mais baixo de sempre (69,82% do PIB).

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