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PS critica Governo por “autêntico exercício de dissimulação”

Os partidos da oposição são unânimes: a consequência da última avaliação da troika “é mais austeridade”. Já os partidos do Governo sublinham que estamos no caminho da “esperança” e para nos “vermos livres da troika”.

02 de Maio de 2014 às 15:43
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"Os portugueses sabem que nestes últimos três anos as avaliações positivas da troika e do Governo têm a consequência de sempre: Mais austeridade. Haverá um aumento TSU, do IVA e uma nova taxa para a indústria farmacêutica, mas o Governo tem vindo a dizer que estes aumentos de impostos não são aumentos de impostos. Há limites para a dissimulação", declarou Eurico Brilhante Dias, membro do Secretariado Nacional do PS, após a apresentação da conclusão por Portugal da 12.ª e última avaliação da troika.

 

Para o socialista “estas avaliações são um autêntico exercício de dissimulação” e têm “sempre como consequência mais austeridade em Portugal”.

 

“Os portugueses sabem que vão pagar mais em tudo”, acrescentou, comparando os objectivos iniciais com os resultados, nomeadamente ao nível do desemprego, da dívida pública e défice. “A riqueza do País decresceu dez vezes mais do que o previsto”, acusou Eurico Brilhante.

 

PS acusa Governo de ter "agenda escondida" e BE fala em "falência completa do Governo

 

O membro do Secretariado Nacional do PS reservou ainda uma ”nota adicional para as novidades de hoje”, afirmando que Governo “tem-nos habituado a conferências que omitem os verdadeiros resultados. O Governo fez esta conferência, mas os portugueses sabem que depois das eleições europeias, a agenda escondida será revelada”, acusou, exemplificando com o facto de Pedro Passos Coelho ter dito que o DEO não teria impacto nos salários, ao contrário do que aconteceu.

 

Também o líder parlamentar do Bloco de esquerda disse hoje antever a "continuação da limpeza de salários e pensões" dos portugueses mesmo no período pós-troika, que terá a "manutenção da política de austeridade".

 

“Nesta conferência de imprensa conhecemos que está para continuar os cortes nos trabalhadores e a troika poderá sair mas continua a austeridade. É por isso uma ideia errada a de que temos uma saída limpa. O que há é uma continuação da política de austeridade e a falência completa da palavra do governo”, acusou Filipe Soares.

 

"A ideia que existia que a saída da troika poderia ser também o fim de algumas medidas de austeridade era uma ideia falsa cavalgada pelo Governo mas sem qualquer realidade prática", declarou o líder parlamentar do BE, relembrando os resultados destes três anos de programa, nomeadamente o facto de a dívida pública ter aumentado de 94% para quase 130% do PIB.

 

PCP: Governo acaba de decretar o carácter definitivo de todos os cortes impostos

 

Quem também não tem dúvidas de que a austeridade é para continuar é o deputado do PCP. O Governo acaba de decretar o carácter definitivo de todos os cortes que foram impostos aos portugueses. Nem a promessa tão recente de um não aumento de impostos foi cumprida. O Governo invoca a grande satisfação dos credores, mas o que caracteriza a situação é grande insatisfação dos trabalhadores”, acusou António Filipe.

 

“Este anúncio da 12 avaliação da troika o que anuncia é que as políticas são para continuar e que os sacrifícios sobre os portugueses são para continuar e com a ameaça de se intensificar”, concluiu.

 

PSD: Portugal já é hoje apelidado como "herói surpresa".

 

Já a deputada social democrata, Teresa Leal Coelho, considera que este “é um momento histórico para Portugal. Conseguimos uma reversão extraordinária”, sublinhou. A vice-presidente social-democrata disse mesmo que Portugal já é hoje apelidado como "herói surpresa".

 

E considera “intolerável que os nossos parceiros nacionais não reconheçam que o resultado foi extraordinário”.

 

O “esforço foi feito por todos: empresas, pessoas. O rigor orçamental foi aquilo porque nos pautámos. Os juros da dívida desceram vertiginosamente, temos um acesso aos mercados que não tínhamos. Temos também condições de sustentabilidade daquilo que são a nossa despesa pública até meados de 2015, com reservas no tesouro”.

 

“E portanto não posso concordar com o PCP, PS e muito menos com o PS quando o governo fez um esforço titânico para corrigir políticas desastrosas, que venham criticar. Há dois anos estávamos perto da bancarrota”, afirmou a deputada.

Teresa Leal Coelho recusou ainda que a acusação da agenda escondida referida pelo PS. “O Governo não tem nenhuma agenda escondia, a agenda que tem é recuperar Portugal. Nestes três anos não teve preocupação com a sua própria imagem, porque optou por falar verdade aos portugueses”.

 

E continuou, os chumbos do Tribunal Constitucional levaram a que tivessem que ser tomadas novas medidas, mas “a agenda do governo é só uma, não há agendas escondida”.

 

“Terminamos a última avaliação com sucesso. Este facto é digno de ser comemorado em Portugal por todos”, acrescentou, sublinhando que o  que o Governo “está a propor é devolver paulatinamente as condições remuneratórias dos Funcionários públicos e pensionistas”.

 

“Estamos hoje no caminho da esperança. Os portugueses sentem que o país está no rumo certo”, concluiu.

 

CDS: Está aberto o caminho para nos vermos livres da troika

 

Já Nuno Magalhães do CDS considera que “o simples facto de termos concluído esta última avaliação é por si só um facto que deve ser sublinhado. Podemos agora abrir caminho para terminarmos com o protectorado em que vivemos nestes três anos  e que era o objectivo e dever deste Governo. Está aberto o caminho para nos vermos livres da troika”, sublinhou.

 

Nuno Magalhães alertou para o facto de “não podemos voltar a políticas irresponsáveis que nos trouxeram onde nos trouxeram” e garantiu que “vai haver uma recuperação ao nível do poder de compra e recuperação significativa dos pensionistas e reformados”.

 

Tal como o PSD, o CDS também se mostrou surpreendido com a “tristeza” do PS perante esta última avaliação.

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